Política e Administração Pública

Cunha espera decisão rápida do Senado sobre o impeachment

Presidente da Câmara entregará nesta segunda-feira, ao presidente do Senado, o parecer favorável dos deputados pela abertura do processo de impeachment

18/04/2016 - 03:09  

Antonio Augusto/Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara, dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concede entrevista
Eduardo Cunha: é importante um desfecho rápido no Senado para que o Brasil saia da crise política e econômica

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse que espera celeridade do Senado na análise do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ele afirmou que vai ligar para o presidente do Senado, Renan Calheiros, para combinar o horário e levar pessoalmente nesta segunda-feira (18) o parecer favorável à instauração do processo de impeachment.

“O Brasil precisa sair do fundo do poço. É preciso que a gente resolva essa situação politicamente o mais rápido possível, que o Senado dê a celeridade que vai ser dada, de acordo com a Constituição, com a lei e com o regimento”, disse Cunha.

Para o presidente da Câmara, é importante um desfecho rápido no Senado – seja pela aprovação ou não do impedimento de Dilma – para que o Brasil saia da crise política e econômica. “O País passa por sérias dificuldades. A presidente perdeu as condições de governabilidade já faz tempo, perdeu todo e qualquer escrúpulo nesse feirão que foi feito para tentar comprar votos de qualquer maneira [para a votação sobre o impeachment na Câmara], e chegou ao fundo do poço”, disse.

“Quanto mais tempo se levar para se decidir no Senado, mais a situação vai piorar. Porque o governo sequer tem ministérios. Ministros foram demitidos, alguns para votar, outros saíram porque não queriam fazer parte da base política do governo”, declarou Cunha.

Eduardo Cunha afirmou, no entanto, que a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff não é algo a ser comemorado. “Tudo isso é muito triste, é um caso grave”, disse.

Análise na Câmara
Sobre a análise do pedido de impeachment pela Câmara, Cunha lembrou que foi realizada a sessão mais longa da história da Casa, com 47 horas de debates sobre o tema em Plenário, e que a sessão deste domingo para votação do parecer durou 10 horas. “São 57 horas de sessões para apreciar, discutir e debater o parecer pela abertura de processo”, afirmou.

Cunha atribuiu a "contestações políticas" os ataques que recebeu durante a condução da sessão deste domingo. “Nós fizemos a nossa parte, respeitando a Constituição, a lei e o regimento. E fizemos o possível para conduzir com toda a isenção possível”, declarou.

Perspectivas
Eduardo Cunha disse que, como presidente da Câmara, vai participar da construção de uma agenda para o Brasil sair da crise, seja qual for o resultado da análise do processo no Senado. “Nós não podemos mais permanecer nesta crise, com o Brasil parado, recessão e desemprego. Crise que, a cada hora que passa, se agrava.”

Questionado sobre a futura aprovação de reformas pelo Poder Legislativo, como uma reforma da Previdência, Cunha criticou a falta de iniciativa do atual governo. “O governo fala muito, mas nunca propôs reformas. Nada do que esse governo quis que fosse votado no Parlamento deixou de ser votado. Se mais não foi, é porque o governo é refém de suas próprias disputas internas e não consegue sequer construir uma proposta”, afirmou.

O presidente da Câmara concedeu entrevista após a sessão que autorizou a instauração do processo de impeachment da presidente Dilma. Cunha também informou que o Plenário da Câmara não terá votações nesta semana.

Da Redação/Pierre Triboli

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