Política e Administração Pública

Impeachment: governo e oposição dizem ter votos suficientes para vitória

17/04/2016 - 13:44  

Deputados da base aliada e da oposição afirmam ter o número de votos necessários para, respectivamente, barrar e aprovar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), mostrou-se confiante: “Nós não temos menos que 200 votos no Plenário”, disse. “A oposição não tem os 342 votos necessários para aprovar o impeachment”, acrescentou. “Estamos seguros da vitória, pelo trabalho que fizemos e pelo o que as lideranças fizeram. Tudo o que aparece na imprensa não passa de guerra midiática”, opinou.

Já o líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), garantiu que os votos para a aprovação da abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados estão consolidados, diferentemente daqueles favoráveis a Dilma. “A conversa que o governo está fazendo agora é cortina de fumaça. Os votos pró-impeachment crescem a cada dia, a quantidade de votos aumenta de hora em hora”, disse. “Contamos hoje com mais de 370 votos a favor do afastamento da presidente Dilma”, completou.

Segundo José Guimarães, a base do governo está unida contra o impeachment. “Estamos seguros dos votos de grande parte do PP, do PR, muito consolidados do voto do PDT. Estamos absolutamente tranquilos; eles [oposição] estão desesperados, cada hora é uma fofoca na imprensa”, disse. Conforme ele, deputados considerados indecisos como Eduardo da Fonte (PP-PE) e Waldir Maranhão (PP-MA) “estão firmes como uma rocha” com o governo. O líder acrescentou que “não vai aceitar marmota” no Plenário. “Se não obedecerem ao Regimento e à Constituição, vamos responder à altura”, destacou.

“Ao contrário da lista do governo, a nossa lista é pública e tem os nomes garantidos para a vitória”, retrucou o deputado Caio Narcio (MG), vice-líder do PSDB. “O governo dizer que tem 200 nomes secretos a essa altura do campeonato é, no mínimo, desespero de quem já viu o boi roer a corda”, complementou.

Por sua vez, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), vice-líder do governo, disse estar atenta para possíveis “manobras” do presidente da Casa, Eduardo Cunha, a fim de tentar mudar a sequência de votação na segunda chamada. “Todo deputado tem o direito, enquanto a votação não acabar, de votar. Cunha tem de fazer a segunda chamada voltando ao primeiro estado, e não fechar por estado, como ele está tentando fazer. Nós vamos reagir a isso.”

Duelo de números
O líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), assegurou que “a oposição não tem e nunca teve” os 342 votos necessários para abrir o processo de impeachment. “Eles tentaram criar o ‘efeito manada’, todos os dias plantaram notícias e foram desmentidos, o exemplo simbólico é o do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão. A onda que eles tentam criar é artificial”, apontou.

Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), confirmou a previsão da oposição de 370 votos pró-impeachment. “Quem está blefando o tempo inteiro é o governo”, destacou. “Hoje, 17 de abril, é uma data histórica para o Brasil se libertar da incompetência e da corrupção”, sustentou.

A previsão do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) foi mais otimista: “Temos 377 votos. Não passam de 133 os votos que o PT tem na Câmara.” Já o deputado Carlos Marum (PMDB-MS), vice-líder da legenda, salientou que “a preocupação é que, sabendo-se derrotado, o governo tente manobras no Plenário para que a votação seja adiada.”

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Reportagem - Lara Haje
Edição - Marcelo Oliveira

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