Política e Administração Pública

Leonardo Picciani retorna ao cargo de líder do PMDB

Uma lista com 36 assinaturas, dos 69 deputados da legenda, foi apresentada na Câmara apoiando sua liderança

17/12/2015 - 15:57  

Gustavo Lima / Câmara dos Deputados
Dep. Leonardo Picciani (PMDB-RJ) concede entrevista

Picciani volta à função de líder do PMDB depois de ser substituído, na semana passada, pelo deputado Leonardo Quintão

O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) retornou ao cargo de líder do partido na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (17). O retorno foi confirmado pela Secretaria Geral da Mesa da Casa depois que o parlamentar entregou uma lista com 36 assinaturas, dos 69 deputados da legenda, apoiando sua liderança.

Picciani havia sido substituído pelo deputado Leonardo Quintão (MG), que assumiu a liderança do PMDB na semana passada, após a apresentação de requerimento com 35 assinaturas para esse fim. A bancada contava então com 66 deputados.

A confirmação do nome de Picciani se deu após a conferência das assinaturas, uma vez que três nomes estavam sendo questionados. “Houve um entrave burocrático. A Mesa estava reconhecendo assinaturas anteriores em contraposição à lista enviada hoje. Os deputados vieram aqui e assinaram o documento, expressando o apoio à lista presente”, explicou o líder.

A lista inclui os deputados Pedro Paulo, ex-secretário municipal de governo do Rio de Janeiro; e Marco Antônio Cabral, ex-secretário do Esporte e Lazer do Estado do Rio de Janeiro, que retornaram à Câmara por decisão do diretório estadual do Rio. Segundo Picciani, a volta dos dois deputados não foi para apoiar sua liderança, mas para defender a posição do partido no Rio de Janeiro, que é contrária a um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Eleição em fevereiro
Leonardo Picciani informou que ficará na liderança do PMDB até fevereiro, quando estão previstas novas eleições para líder. Segundo ele, sua volta representa uma reação à escolha de Quintão, que não seguiu a tradição do PMDB de trocar a liderança por meio de eleições, mas por lista.

“A lista é ruim para a bancada, para o partido. O meu compromisso é não permitir que ela se prolongue. Portanto, já está marcada a eleição para a liderança no início de fevereiro do próximo ano. A bancada livremente vai escolher e se manifestar a respeito da liderança sem esse instrumento constrangedor que é a lista”, afirmou o líder.

Objetivo atingido
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que atuou pela troca de Picciani por Quintão, avaliou que o retorno do parlamentar do Rio à liderança é artificial. Perondi acredita que essa volta só ocorreu por conta do apoio do governo do Rio de Janeiro, que liberou seus secretários, e do próprio governo federal.

Por outro lado, Perondi disse que o objetivo do partido ao destituir Picciani na semana passada foi atingido com a eleição da comissão que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Por que nós colhemos assinaturas para o deputado Leonardo Quintão? Porque o líder anterior indicou os nomes para a comissão do impeachment, todos nomes chapa branca indicados por Dilma e não escolhidos pela bancada. Isso provocou revolta. Então, nós substituímos o líder para termos a maioria na comissão do impeachment”, explicou Perondi.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou que a volta de Picciani demonstra que o PMDB não tem dono, nem coronel.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição - Luciana Cesar

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