Política e Administração Pública

Depoente atribui dificuldades da Usiminas à concorrência chinesa

26/11/2015 - 10:48  

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O presidente da metalúrgica Usiminas, Rômel Erwin de Souza, disse há pouco, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, que a empresa foi obrigada a paralisar a produção primária de aço na unidade de Cubatão (SP) em decorrência da queda do mercado interno e da concorrência do aço chinês. Ele afirmou que os financiamentos obtidos junto ao BNDES estão com os pagamentos em dia.

Souza e o presidente do conselho de administração da Usiminas, Marcelo Gasparino da Silva, foram convocados a pedido do deputado Marcelo Squassoni (PRB-SP), que questiona a destinação de empréstimos, no valor total de R$ 2,3 bilhões, concedidos pelo BNDES à siderúrgica em 2006 e em 2011.

Segundo o deputado, o financiamento não impediu que a empresa anunciasse a paralisação da produção, com demissões.

De acordo com o presidente da empresa, a unidade de Cubatão produz dois milhões de toneladas de aço por ano . Ele informou aos deputados que, de 2006 a 2013, o BNDES emprestou R$ 3,7 bilhões de reais à empresa, dos quais faltam ser pagos R$ 674 milhões.

Questão de mercado
A parcela de financiamento destinada à unidade de Cubatão, segundo Rômel Souza, foi de R$ 870 milhões, empregados em um laminador de tiras a quente, área que vai continuar a produzir. “Mas, por uma questão de mercado, para que a empresa continue sustentável e possa honrar seus compromissos, temos que paralisar a área primária de Cubatão temporariamente”, disse, referindo-se aos setores de coqueria, alto-fornos e aciarias. Essa parte da unidade será paralisada em 31 de janeiro.

Souza argumentou que a medida é necessária para adequar a produção ao mercado, pois a demanda interna vem caindo desde junho do ano passado. “Desde essa época, reduzimos a produção da usina para o menor nível técnico possível. E o mercado ainda está caindo. Por isso, decidimos parar os alto-fornos de Ipatinga (MG) e de Cubatão. E tentamos preservar pessoal, com redução de salário e de jornada. Mas chegou uma hora em que o lucro bruto passou a ser negativo e ultrapassou todos os limites”, disse.

Souza atribuiu a queda do preço do aço no mercado externo à China, que teria 400 milhões de toneladas em excesso, produção que está sendo vendida a preços baixos. “A China está massacrando”, disse.

A reunião ocorre no Plenário 7.

Mais informações a seguir.

Reportagem – Antonio Vital
Edição – João Pitella Junior

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