Cunha: prorrogação da DRU ainda não foi aprovada porque o governo demorou a enviar a proposta

20/10/2015 - 18:16  

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse que a demora na análise da PEC 87/15, que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU), é consequência de o governo ter enviado o texto à Câmara somente em julho. “Se o governo não aprovou até agora, é porque só mandou a DRU em julho. Quando assumi a Presidência da Câmara, pedi que mandasse logo. Quando ele mandou, correu o risco de não ser aprovada”, afirmou Cunha.

O Executivo quer votar, ainda nesta semana, a admissibilidade da PEC. A proposta está em análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Segundo o presidente Cunha, até agora o Executivo não enfrentou um teste para saber se a sua base de apoio na Câmara está reforçada. “O governo tem dificuldades com a sua base, e todos sabemos disso. Há matérias que o governo pode até aprovar e a DRU é uma delas, com algumas mudanças”.

Petrobras
Eduardo Cunha respondeu às declarações da presidente Dilma Rousseff, que afirmou na Suécia, nesta terça-feira, que o seu governo não está envolvido em escândalo de corrupção. “Eu não sabia que a Petrobras não era do governo”, rebateu Cunha.

Conselho de Ética
Cunha disse desconhecer qualquer manobra para atrasar a tramitação, no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, da representação que pede a cassação de seu mandato. “Não há nenhum ato meu nesse sentido”, enfatizou.

A Mesa Diretora, que desde a quarta-feira (14) está com o pedido de cassação, entende serem necessárias três sessões ordinárias do Plenário da Câmara para devolver o documento ao conselho. O presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), disse, nesta terça-feira (20), que o entendimento da Mesa Diretora deve fazer com que a escolha do relator do processo demore pelo menos mais uma semana.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Luciana Cesar