Política e Administração Pública

“Ontem se chegou ao limite do que não deve ser feito”, diz Cunha

25/06/2015 - 10:00  

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Votação da Medida Provisória 672/15, que mantém as atuais regras de reajuste do salário mínimo para o período de 2016 a 2019. Presidente da Câmara, dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Eduardo Cunha, na votação de ontem à noite: “A emenda aprovada foi um erro, que precisa ser corrigido."

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, criticou nesta quinta-feira (25) a aprovação de uma emenda à Medida Provisória 672/15 que amplia cálculo de reajuste anual do salário mínimo para todas as aposentadorias e pensões. Contra a vontade do governo, a emenda foi aprovada ontem por 206 votos contra 179.

“É bom que a gente chame a consciência de que tudo tem limite. Ontem se chegou ao limite do que não deve ser feito”, afirmou Cunha. “A emenda aprovada foi um erro, que precisa ser corrigido. Se não, o sinal que daremos ao mercado é de descontrole da política fiscal, de tal maneira que não haverá medidas que possam resolver.”

Para Cunha, a solução seria o governo não sancionar a Medida Provisória e simplesmente deixá-la perder a validade. Por isso, ele acredita que a aprovação da emenda prejudicou o objetivo original da MP, de aprovar uma política de reajuste para o salário mínimo. “Quem fez aquilo ontem [aprovar a emenda] praticou um ato contra os trabalhadores”, disse.

“Não se trata de proteger os aposentados, mas de dar uma correção salarial a todos os aposentados, com recursos públicos, o que nem os funcionários da ativa têm direito”, completou Cunha.

A MP 672/15 mantém as atuais regras de reajuste do salário mínimo para o período de 2016 a 2019. O reajuste é calculado pela soma da variação da inflação (INPC) e do Produto Interno Bruto (PIB). A matéria, aprovada por 287 votos a 12, será votada ainda pelo Senado.

Reportagem - Luiz Cláudio Canuto
Edição - Daniella Cronemberger

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