Política e Administração Pública

Em discussão sobre salário mínimo, PSDB critica política econômica de Dilma

24/06/2015 - 17:50  

Os deputados do PSDB aproveitaram a discussão da medida provisória que estende a política de valorização do salário mínimo (MP 672/15) para criticar os indicadores econômicos do governo da presidente Dilma Rousseff. A MP mantém a fórmula atual de reajuste, que é baseado na variação da inflação no ano anterior, acrescida da taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) apurada dois anos antes.

O deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) leu indicadores econômicos de aumento de desemprego e dos juros e de queda na produção industrial. “A massa salarial está caindo. Temos um governo fraco, que não responde, está nos arrastando para uma crise profunda”, disse.

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) também destacou os indicadores negativos da economia para 2015. Hauly ressaltou, no entanto, que a política de aumento do salário mínimo foi iniciada durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Já o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) destacou a previsão do PIB negativo para este ano, o que pode comprometer o reajuste, já que o PIB é um dos indicadores da política. “O PIB está negativo, ou seja, o salário mínimo ficará engessado”, alertou.

Prejuízo aos trabalhadores
O deputado Betinho Gomes (PSDB-PE) disse que o PIB negativo vai prejudicar os trabalhadores. “Essa política não vai trazer ganhos reais se algo fundamental não acontecer, que é o crescimento da economia. O trabalhador vai evitar perdas pela inflação, mas não terá ganhos reais”, criticou.

Já o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) afirmou que o aumento real do salário mínimo do governo da presidente Dilma Rousseff é o menor dos últimos anos. “No governo Fernando Henrique Cardoso, o crescimento real do salário mínimo foi de 5%. No governo Lula, 5,6%. Infelizmente, a presidente Dilma, ao desorganizar a economia, provocou uma queda no ganho para apenas 2,4%.”

Apesar das críticas, o PSDB não orientou contra a MP do salário mínimo, esclareceu o deputado Izalci (PSDB-DF) antes da votação. “Vamos aprovar a medida, mas ela é inócua, porque não haverá crescimento”, ponderou.

O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), rebateu as críticas. Ele lembrou que o PIB é apurado em dois anos e que o reajuste também leva em conta a inflação, para que o trabalhador não saia perdendo. E acusou os tucanos. “O PSDB tem pouca ou nenhuma autoridade para falar de salário mínimo porque eles fizeram o maior arrocho salarial quando governaram o País”, afirmou.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

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