Política e Administração Pública

Deputados têm posições divergentes sobre coincidência de eleições

10/06/2015 - 22:42   •   Atualizado em 10/06/2015 - 22:53

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A proposta de coincidência das eleições municipais e gerais recebeu críticas e elogios em Plenário.

O deputado Bacelar (PTN-BA) manifestou-se contra a medida. Para ele, a coincidência de mandatos interessa somente aos parlamentares. “Como um País que não tem participação popular, que não tem sociedade organizada, vai ficar cinco anos sem eleição? Como ter o controle do desempenho dos mandatários?", perguntou.

Bacelar entende que a coincidência das eleições trará confusão para o eleitor, que teria dificuldades de decidir sobre assuntos nacionais e regionais. “Lógico que a temática nacional vai se sobrepor a questões locais”, disse.

O deputado Roberto Freire (PPS-SP) também criticou a coincidência das eleições. Segundo ele, não há país democrático que coloque as eleições municipais junto com eleições nacionais. “É conflitar os interesses do País com os interesses locais”, afirmou.

Custo menor
Em sentido contrário, o deputado Danilo Forte (PMDB-CE) disse que a coincidência das eleições dá racionalidade e barateia o custo das campanhas eleitorais. “Os custos das eleições são um absurdo. O País está cansado de ver, a cada dois anos, denúncias de gastos públicos”, disse.

“Para ter segurança de que os custos serão racionalizados, de que reduziremos a demanda do gasto público nas eleições, precisamos de um instrumento”, completou.

Já o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), disse que a discussão ao mesmo tempo sobre 11 cargos públicos é o mesmo que tramar contra o costume do debate político. “O argumento de reduzir custos apequena o compromisso com a democracia. Podemos fazer isso de outra forma, por exemplo, estabelecendo limite para os gastos de campanha”, afirmou.

Alencar também ressaltou que misturar a discussão da realidade nacional com a regional é um erro.

Benefício próprio
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que as alterações pretendidas têm como objetivo aumentar os próprios mandatos dos deputados federais. “O que está acontecendo de fato é que nós estamos aumentando nossos mandatos, criando um problema para o Senado, que terá mandato de cinco anos”, disse.

Até o momento, são favoráveis à coincidência das eleições: PR, PSB, SD e Pros. Contrários à proposta estão PT, PSDB, PCdoB, PPS e Psol. Os demais liberaram as bancadas.

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Reportagem – Murilo Souza
Edição – Pierre Triboli

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