Política e Administração Pública

Bancada feminina defende inclusão de cota para mulheres na reforma política

19/05/2015 - 16:07  

Representantes das bancadas femininas da Câmara e do Senado defenderam, nesta terça-feira (19), a inclusão de proposta de paridade de gênero na reforma política. Na reunião da Comissão Especial da Reforma Política, deputadas e senadoras defenderam cota de, no mínimo, 30% das cadeiras do Legislativo para as mulheres.

A deputada Moema Gramacho (PT-BA) lamentou o fato de o relator, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), não ter colocado em seu parecer as cotas para representação feminina no Legislativo. A proposta da bancada é a de que a cota seja aumentada em 5% a cada eleição. “Daqui a 20 anos, a cota será de 50% de mulheres. Somos mais de 52% da população e queremos agora apenas 30% de vagas reservadas para as mulheres.”

Segundo a senadora Marta Suplicy (sem partido-SP), se não houver cota “somente em 2114 haverá 30% de mulheres na Câmara, e, no Senado, apenas em 2118”. Hoje as mulheres têm apenas 10% de representação no Congresso.

“O Brasil nos envergonha. Nas Américas, só temos mais parlamentares mulheres do que o Haiti e Belize. Até no Oriente Médio, a presença de mulheres no Parlamento é maior”, destacou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

O relator Marcelo Castro disse que os membros da comissão têm de se manifestar sobre as propostas da bancada feminina. “O meu relatório é reflexo das ideias da maioria da comissão”, reiterou.

Sistema eleitoral
Na comissão especial, Moema Gramacho afirmou também que as mulheres não concordam com o sistema eleitoral majoritário proposto pelo relator para a eleição de deputados, o “distritão” - que, na visão dela, “vai fazer com que menos mulheres, negros, indígenas sejam eleitos”.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Newton Araújo

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