Política e Administração Pública

Para “moralizar” campanhas, Temer defende doações de empresas a um único partido

28/04/2015 - 15:22  

O vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, afirmou, nesta terça-feira (28), que não tem objeção à fixação de limites para gastos nas campanhas eleitorais, como sugeriram alguns deputados das comissões especiais da reforma política. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, ele também defendeu a ideia de que as empresas só possam doar para um partido político. Para Temer, isso teria um “efeito moralizador” nas contribuições empresariais às campanhas.

O líder do Solidariedade, deputado Arthur Oliveira Maia (BA), foi um dos que defenderam a limitação dos custos de campanha, mantendo-se o financiamento privado. Segundo ele, caso seja adotado o financiamento público, “será retirado dinheiro da saúde, da educação e de outras áreas da administração pública, sendo que os serviços públicos ainda são muito deficientes no Brasil”.

Já o deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da reforma política na legislatura passada, reivindicou o fim das doações de empresas, pelo menos temporariamente. Antigo defensor do financiamento público exclusivo de campanha, o parlamentar afirmou que mudou de posição, passando a admitir também as doações de pessoas físicas.

Corrupção
O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RS), também discorda do financiamento empresarial de campanha. Segundo ele, as doações de empresas são uma das causas da corrupção no País. Na visão de Alencar, restringir essas doações a apenas um partido não resolve. “Assim, vamos ter o partido da Friboi, o partido da empreiteira”, exemplificou. “Empresa não é pessoa física, não vota, tem interesses.”

Por sua vez, o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), propôs a manutenção do atual financiamento misto de campanha (público e privado). Ele também disse ser favorável ao voto facultativo. Já o vice-presidente da República, Michel Temer, declarou que concorda com a tese do voto facultativo, mas, neste momento político, acredita que o voto deva continuar sendo obrigatório no País.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Marcelo Oliveira

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