Política e Administração Pública

Lideranças do PT e do PSDB avaliam relação das manifestações com impeachment

Sibá Machado considera que número de manifestantes no último domingo foi menor do que em 15 de março porque não há clima para pedido de impeachment de Dilma Rousseff, mas Nilson Leitão discorda e diz que a indignação do povo continua grande

13/04/2015 - 14:10  

Cerca de 700 mil pessoas saíram às ruas neste domingo, 12 de abril, para protestar contra a corrupção, o governo federal e o Partido dos Trabalhadores (PT), de acordo com estimativas das polícias militares dos estados. Foram registrados atos públicos em 24 estados e no Distrito Federal. Não houve registros de manifestações em Roraima e no Amapá.

Segundo o DataFolha, que realizou pesquisa em São Paulo com 1.320 pessoas, na região da Avenida Paulista, 33% dos entrevistados disseram que estavam nas ruas protestando contra a corrupção. Do total de manifestantes na Paulista, 96% avaliaram o governo da presidente Dilma Rousseff como ruim ou péssimo e 77% se disseram favoráveis ao impeachment da presidente.

Para o líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), o fato de a manifestação ter sido menor do que a do dia 15 de março – que levou cerca de 2,4 milhões de pessoas às ruas – reflete uma tentativa de “aproveitadores” de impor bandeiras como a do impeachment da presidente Dilma Rousseff e da volta da ditadura. De acordo com a pesquisa do DataFolha, mais de 60% dos participantes que estiveram na Avenida Paulista revelaram também ter participado do ato do dia 15 de março.

“Não há, no nosso entendimento, um clima para essas bandeiras. Não há situações que levem para isso”, avaliou Machado. “Esperamos agora a pauta positiva. O que nós vamos fazer com a economia do Brasil? E esse é o chamamento que se faz”, disse o deputado, acrescentando que pretende buscar um melhor diálogo no Colégio de Líderes para a definição da pauta de votações. “Estamos passando por um momento em que a discussão sobre a pauta é mínima. A pauta já é montada e para mexer nela tem que ser por meio de requerimento. O que não é bom.”

Indignação
Já o vice-líder do PSDB na Câmara deputado Nilson Leitão (MT) acredita que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff é legítimo e não envolve uma questão jurídica, mas, sim, política.

“A sociedade se organizou para isso sem bandeira politica e sem cor partidária, apenas movida pela indignação”, disse Leitão. “Se cerca de 70% querem o impeachment, é claro que a oposição não vai ficar discutindo a forma. A pior coisa para o Brasil é manter a Dilma na Presidência. Ela perdeu a credibilidade dos empresários e também das donas de casa. Ela precisa se afastar. O impeachment não é jurídico, é politico. Tem muitos itens que podem ser somados para justificá-lo”, completou.

Para Nilson Leitão, o fato de menos pessoas terem participado das manifestações não significa uma maior concordância com o governo. “Ela pode ter sido menor do ponto de vista físico, mas, do ponto de vista de pensamento, de atitude, de indignação, é claro que não foi. O povo não deixou de ir para rua porque, de fato, algo melhorou ou porque está concordando com o governo”, disse.

Os protestos foram agendados por meio das redes sociais por movimentos sociais como o Acorda Brasil, o Brasil Livre e o Vem Pra Rua.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Marcos Rossi

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