Política e Administração Pública

Não convocação de acusado de ser operador do PMDB provoca tumulto na CPI da Petrobras

26/03/2015 - 18:21  

A não convocação do empresário Fernando Soares pela CPI da Petrobras causou discussão entre deputados do PT e do PMDB durante o depoimento de Graça Foster, nesta quinta-feira (26). O deputado Jorge Solla (PT-BA) questionou o fato de o requerimento de convocação de Soares não ter sido votado.

“Como é que essa comissão pode continuar sem convocar Fernando Soares?”, perguntou Solla. Ele citou matérias publicadas na imprensa que atribuíam a não convocação à obstrução de deputados da própria CPI.

O Ministério Público Federal acusa Soares de ser operador do PMDB no esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Até agora, o único operador financeiro convocado pela CPI foi João Vaccari Neto, tesoureiro do PT.

O deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) rebateu Solla. “Isso é uma leviandade. Por acaso a convocação de Soares consta do plano de trabalho apresentado pelo relator da CPI?”, perguntou.

O relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), explicou que o plano de trabalho não prevê a convocação de Soares porque era impossível reproduzir todos os mais de 300 requerimentos apresentados à CPI no documento. “Eu já expliquei que não estou aqui para perseguir e nem para proteger ninguém”, disse.

Próximo depoente
Na próxima terça-feira (31), a CPI vai ouvir o depoimento do ex-gerente geral da Refinaria do Nordeste (RNEST) Glauco Colepícolo Legatti. O engenheiro Shinko Nakandakari, um dos delatores da Operação Lava Jato, confirmou à força tarefa do Ministério Público Federal que pagou propinas a Legatti, afastado do cargo em novembro, por decisão interna da Petrobrás.

Reportagem – Antônio Vital
Edição – Newton Araújo

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