Política e Administração Pública

Duque mantém silêncio apesar de deputados insistirem em perguntas

19/03/2015 - 11:09  

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Mesmo com a decisão do ex-diretor da Petrobras Renato Duque de não responder nenhuma pergunta aos integrantes da CPI da Petrobras, os deputados resolveram prosseguir normalmente com a sessão e registrar as perguntas sem resposta.

A todas elas, Duque afirmou que “por orientação da minha defesa, permanecerei calado”. A mesma resposta, com poucas variações, era repetida a cada pergunta dirigida a ele.

O primeiro a perguntar foi o relator da CPI, deputado Luís Sérgio (PT-RJ). Confira algumas das perguntas sem resposta:
- Quem eram seus superiores na Petrobras?
- Houve indicação política para sua diretoria?
- Como eram elaboradas as licitações? Havia vazamento de informações?
- Como as negociações eram feitas?
- Como a Petrobras classificava os fornecedores de itens de alta complexidade?
- Havia favorecimento?
- Havia corrupção na Petrobras como disse Paulo Francis em 1997, quando foi processado pela Petrobras?
- Havia corrupção na Petrobras em 1992, como afirmou a revista Veja na época?
- O senhor conhece o teor dos depoimentos prestados à Justiça Federal, pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa que disse que Nestor Cerveró era muito ligado ao PMDB e que o operador era Fernando Soares?
- É verdade a afirmação de Pedro Barusco de que o senhor recebeu propina de empresas fornecedoras da Petrobras?

O relator também pediu a Duque que comentasse a afirmação de José Sérgio Gabrielli de que a corrupção era atitude individual de diretores da Petrobras e que era impossível saber disso. Luiz Sérgio pediu ainda que Duque comentasse a afirmação de Barusco de que a governança da Petrobras era boa.

Depois de quinze minutos de interrogatório, o deputado José Carlos Araújo (PSD-BA) sugeriu ao relator que as negativas do interrogado fossem consideradas confissões de culpa. O presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), disse que não poderia interferir nas perguntas do relator.

O presidente da CPI leu para os membros da comissão o trecho da Constituição (artigo 5º) que garante aos acusados o direito de permanecerem calados.

A CPI continua reunida no plenário 2.

Reportagem – Antonio Vital
Edição – Natalia Doederlein

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