Eduardo Cunha diz que não deve dar prosseguimento a pedidos de impeachment
De 2012 para cá, já foram apresentados à Câmara 19 pedidos de impeachment, sendo cinco em 2015. Eduardo Cunha já arquivou três.
16/03/2015 - 17:14 • Atualizado em 17/03/2015 - 10:17
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse nesta segunda-feira (16) que ainda não leu os dois pedidos restantes de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, protocolados na Casa. Por isso, não pode emitir juízo de valor sobre o assunto. Ainda assim, ele afirmou que não deve dar prosseguimento às ações. Neste ano, Cunha já arquivou três pedidos de impeachment.
De 2012 para cá, já foram apresentados à Câmara 19 pedidos de impeachment de Dilma, sendo cinco em 2015. Desses cinco, apenas um foi apresentado por parlamentar, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Os outros foram apresentados por cidadãos, e três foram arquivados.
Um dos pedidos ainda em análise é do cidadão Walter Marcelo dos Santos. Ele alega improbidade administrativa da presidente, em razão de "má gestão e desvios de recursos". O outro pedido, do deputado Jair Bolsonaro, denuncia a presidente por crime de responsabilidade.
Os três pedidos que já foram arquivados foram feitos pelo advogado Luís Carlos Crema. O primeiro cita que Dilma foi reeleita com campanha financiada por verba de corrupção. Foi arquivado por falta de indícios suficientes. O segundo alega crime de responsabilidade por inação da presidente após as denúncias de corrupção na Petrobras. Foi arquivado porque a denúncia foi "formalmente inepta". E o terceiro afirma que Dilma cometeu crime de responsabilidade por ter submetido seu governo ao Foro de São Paulo - entidade criada em 1990 pelo Partido dos Trabalhadores, junto com Fidel Castro, para que partidos que visam a estabelecer o socialismo se auxiliem mutuamente. O pedido foi arquivado por falta de justa causa.
“Dilma foi eleita numa eleição legítima”, lembrou Cunha, afirmando que qualquer ação pelo impeachment “beira o ilegal e o inconstitucional”. Ele disse até entender que as pessoas “tenham se arrependido” de votar pela reeleição da presidente da República, mas que o caminho para resolver isso não é o impeachment.
O presidente da Câmara afirmou que “o País vive uma crise política e econômica” e que “deve haver um espaço conjunto para encontrar soluções a médio e longo prazo que permitam a retomada do crescimento econômico”.
Da Redação/PR