Política e Administração Pública

Deputado vai pedir convocação de Rodrigo Janot pela CPI

12/03/2015 - 16:18  

Lúcio Bernardo Jr / Câmara dos Deputados
Deputado Carlos Marun falando ao microfone na CPI da Petrobrás
Carlos Marun (ao microfone) quer que Janot explique critérios usados para incluir nomes na lista entregue ao STF.

Na reunião desta quinta-feira (12) da CPI da Petrobras, diversos deputados concordaram com a tese do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de que o trabalho desenvolvido nas investigações sobre a Operação Lava Jato pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi influenciado politicamente. O deputado Carlos Marun (PMDB-RS) vai protocolar um requerimento pedindo a convocação do procurador-geral para prestar esclarecimento sobre os critérios utilizados para incluir nomes na lista enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) com suspeitos de participar do esquema de corrupção na estatal.

Para o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), houve “politização” nas denúncias apresentadas por Janot, não só com a inclusão injusta de algumas pessoas, mas com a exclusão de outros da lista de políticos supostamente envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras.

Já o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) disse que o governo quer dividir responsabilidades pela crise que atingiu o Brasil. “É preciso descobrir como foi a trama para incluir deputados no esquema de corrupção na Petrobras.”

Na visão do deputado Izalci (PSDB-DF), “aumenta a responsabilidade da CPI de mostrar quem saqueou a Petrobras”, com a fragilidade de alguns pedidos de inquérito apresentados pelo Ministério Público. “O procurador-geral tinha elementos para apresentar denúncias em alguns casos e não apresentou, apresentou apenas inquéritos”, acrescentou. “Talvez em outro momento ele possa esclarecer por que não apresentou denúncias.”

O deputado Afonso Florence (PT-BA), vice-líder do partido na Casa, afirmou que o PT discorda da abertura de inquérito dos filiados envolvidos na lista. “Espero que ninguém seja submetido a um julgamento de exceção. Temos que arrolar provas e essas provas têm que estar nas petições de abertura de inquérito. Elas não existem em relação aos petistas.” Ele acrescentou que essa postura vale para todos os partidos, inclusive para o ex-deputado e ex-senador pelo PSDB Sérgio Guerra. “Não vamos permitir a execração pública.”

Reportagem – Murilo Souza e Lara Haje
Edição - Patricia Roedel

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