Política e Administração Pública

Cunha diz que CPI só investigará casos ocorridos na Petrobras a partir de 2005

02/03/2015 - 19:23  

Luis Macedo
Presidente Eduardo Cunha
Eduardo Cunha: se quiserem fazer uma investigação diferente da que está na ementa da CPI da Petrobras, vão ter de fazer uma nova comissão.

O presidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha, disse nesta segunda-feira que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Petrobras deve ser cumprida de acordo com o que prevê a ementa, destinada a analisar irregularidades entre 2005 e 2015.

“Eu sou regimentalista. Como eu vou decidir as CPIs de acordo com o Regimento [Interno da Câmara], eu decidi a da Petrobras de acordo com o Regimento; sou favorável que se cumpra o Regimento. A ementa que está lá deve ser cumprida, seja do escopo de investigação, seja do prazo, seja de tudo”, afirmou.

Segundo Cunha, caso haja a vontade de se fazer uma CPI com escopo diferente do que foi aprovado, é necessário criar uma nova comissão. “Essa é a minha opinião como regimentalista. Agora cada um tem o direito de fazer o que quiser. Se alguém quiser recorrer, eu vou decidir de acordo com o Regimento”, disse o presidente.

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
O Lider do PSDB na Câmara dep. Carlos Sampaio (PSDB-SP), fala sobre a CPI da Petrobras
Carlos Sampaio: o que não se pode é retroagir a investigação para tirar o foco do esquema criminoso instalado no governo do PT.

Governo FHC
O PT quer ampliar a investigação para o período entre 1997 e 2003, durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso (FHC). O ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco – um dos delatores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga o caso – denunciou que as irregularidades existem desde a década de 1990, quando o presidente da República era FHC. Barusco também afirmou na delação premiada que o PT recebeu até 200 milhões de dólares em propinas.

Esquema criminoso
O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), disse que não há problema algum em se ampliar o prazo de análise da CPI, desde que haja correlação com o que a comissão investiga.

“Não há nenhum óbice a que haja ampliação, desde que haja conexão. O que nós não podemos fazer é retroagir para tirar o foco desse esquema criminoso que foi instalado no governo do PT, quando um dos servidores da Petrobras disse que recebeu propina em 1997", disse. Segundo o parlamentar, Barusco recebeu propinas nesse período anterior a 2005 de forma individual.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Newton Araújo

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