Política e Administração Pública

É preciso mais diálogo do governo com a Câmara, diz líder do PTB

06/02/2015 - 14:34  

Lúcio Bernardo Jr.
Dep. Jovair Arantes
Jovair Arantes destacou as reformas política e tributária como prioridades do partido em 2015.

Em seu sexto mandato como deputado federal, Jovair Arantes (GO) foi reconduzido como líder do PTB, cargo que ocupa desde 2007. Cirurgião-dentista e produtor rural, o deputado já presidiu a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, e a comissão que avaliou o Programa de Fortalecimento dos Esportes Olímpicos (Proforte).

De acordo com o deputado, as reformas política e tributária são prioridades do partido neste ano, e é preciso estar atento às demandas da sociedade brasileira. Quanto às relações entre Legislativo e Executivo, ele espera mais diálogo do governo com a Câmara. “Nós vimos nos últimos anos um distanciamento que incomoda a nós parlamentares, e incomoda a sociedade”, ressalta.

Antes de ingressar na Câmara, Jovair Arantes foi vereador e vice-prefeito de Goiânia, além de deputado estadual em Goiás. Passou pelo PMDB e pelo PSDB, partido que também liderou, antes de filiar-se ao PTB em 2003.

Leia abaixo a entrevista concedida pelo parlamentar à TV Câmara.

Quais as prioridades do partido em 2015?
A questão da reforma política, que nós temos de começar a discutir com mais intensidade. Nós precisamos inserir numa pauta positiva a reforma tributária, que já se vão alguns anos em que se fala, fala, e não se faz. E também a pauta do governo. Temos de levar em consideração que estamos entrando num ano de dificuldade do mundo inteiro, o Brasil não é uma ilha no processo de dificuldade econômica do mundo. Nós temos de discutir e aceitar que a pauta do governo possa ser importante para a sociedade brasileira.

E quais devem ser os temas para votação em Plenário?
Acho que não sai disso, não. Os temas do governo, a necessidade de reajuste, de recuperação da economia, e de buscar uma governabilidade para viabilizar essa necessidade de mudança no Brasil. E as questões que a sociedade exige, essa questão das reformas, tributária, política, partidária. Enfim, essa é a casa do povo, e a casa do povo não pode deixar de discutir nada. Nós temos de inserir no contexto da discussão qualquer matéria que possa ser importante na medida em que somos acessados, e aqui a Casa é constantemente acessada. Aqui é o para-choque da sociedade brasileira, aqui se discute e se decide o destino que o Brasil precisa ter.

E o que pode realmente ser analisado?
Falar em reformas geralmente bota muita gente de cabelo em pé, porque quando você vai fazer uma mudança de leis, seja trabalhista, fiscal, social, econômica, qualquer mudança que você busca fazer, acaba dando um frisson. Tem as pessoas que são contra, outras a favor, e essa é a arte da política, você tem de navegar no processo de interesse da sociedade. Nem sempre o que você está votando agrada todo mundo, nem desagrada. É um contexto de discussão profunda. O parlamento se qualifica no mundo inteiro exatamente por isso, ele traz para discussão os temas que a sociedade exige. Esses temas nem sempre têm importância para toda a sociedade, mas têm de ser discutidos e votados.

Como vai ser o relacionamento da Câmara com o Executivo?
Acho que não teremos dificuldades, até porque os partidos da base da presidente Dilma são em grande número nessa Casa. Agora, também é necessário que haja um despojamento do governo, uma vontade do governo de dialogar com essa Casa. Nós vimos nos últimos anos um distanciamento que incomoda a nós parlamentares, e incomoda a sociedade. Nós temos de ter sintonia, harmonia entre os poderes. O Poder Legislativo, o Judiciário e o Executivo são os pilares da democracia, desde o primário que a gente aprende isso. Nós queremos que esse entendimento e essa discussão sejam permanentes entre os três poderes para que a harmonia possa continuar existindo. Temos de dar uma resposta à sociedade. É necessário que o governo possa fazer propostas importantes no contexto social e econômico, mas sem perder de vista que o Brasil precisa crescer, gerar emprego e gerar renda. O Brasil precisa criar programas sociais que possam ser importantes socialmente, e não aparelhar a República no aspecto apenas político.

E como o senhor avalia a Câmara com a nova legislatura?
Acredito que a renovação de 46% dos deputados foi fundamental para dar uma oxigenada nesse processo de discussão. A eleição do novo presidente da Casa também vai dar esse tom. O que vejo de mais positivo é a vontade dos novos deputados. No meu partido, os que foram reeleitos e os novos que chegaram, vejo um sentimento muito positivo. Tenho certeza de que será produtivo.

Reportagem – Marcello Larcher
Edição – Marcos Rossi

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