Política e Administração Pública

Perfil: Eduardo Cunha é reconhecido pela capacidade de articulação política

27/01/2015 - 13:35  

Arquivo/Gustavo Lima
Eduardo Cunha no lançamento de sua candidatura à Presidência da Câmara
Na Câmara desde 2003, Eduardo Cunha afirma que sua candidatura não é de oposição nem de submissão.

O deputado carioca Eduardo Cunha, de 56 anos, lançou-se candidato à Presidência da Câmara no dia 2 de dezembro do ano passado com o discurso de que sua candidatura não era “nem de oposição nem de submissão”. "A candidatura vai defender o direito do governo de governabilidade, porque ele foi eleito para isso, mas vai ser respeitosa com o direito da oposição para fazer o seu papel de debate, como prevê o Regimento", disse.

Ele também afirmou querer resgatar o orgulho dos deputados. "Tem de perder a vergonha de dizer que é deputado nos estados", disse. Sua candidatura tem o apoio de PMDB, PTB, Democratas, Solidariedade e PSC.

Cunha é reconhecido entre correligionários e adversários por sua capacidade de articulação política e pelo domínio do Regimento Interno da Câmara. As características pessoais o levaram a assumir, em 2013, a liderança do PMDB na Casa, sendo reconduzido ao cargo no ano passado. O perfil de líder também fez dele um dos principais articuladores do chamado “blocão”, grupo informal integrado por oito partidos da base descontentes com o governo.

O “blocão” foi criado para atuar de forma independente e pressionar o governo. O grupo defendeu, por exemplo, a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras e impôs obstáculos à aprovação do projeto do marco civil da internet, apoiado pelo Palácio do Planalto.

Radialista, economista e evangélico, Cunha começou na política como deputado estadual no Rio de Janeiro em 2001, pelo PPB, após ter ocupado os cargos de presidente da Telerj e da Companhia de Habitação do Estado (Cehab).

Em 2002, pelo mesmo partido, foi eleito deputado federal pela primeira vez. Já no PMDB, foi eleito para outros três mandatos na Câmara dos Deputados, em 2006, 2010 e 2014. Nas últimas eleições, foi o terceiro deputado mais votado do Rio de Janeiro e o mais votado do PMDB em todo o País, com 232.708 votos. Na Câmara, presidiu a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Propostas
As propostas do deputado, segundo os folhetos distribuídos no lançamento de sua candidatura, são as seguintes:

  • Compromisso com a autonomia e a independência do Legislativo;
  • Imediata apreciação das reformas política e tributária;
  • Pauta de votações definida pelo Colégio de Líderes, com previsão das proposições e divulgação antecipada aos deputados;
  • Reforma administrativa, visando a otimização da gestão e a modernização digital, sobretudo dos gabinetes parlamentares;
  • Viabilização de cobertura das atividades parlamentares nos estados pela TV Câmara, aberta e digital, e implementação da transmissão da Rádio Câmara para todas as cidades com mais de 100 mil habitantes;
  • Implementação das emendas individuais impositivas e tratamento equivalente para as emendas coletivas;
  • Início imediato de licitação e construção do anexo 5 da Câmara;
  • Subsídios equânimes com ministros do Supremo Tribunal Federal, como dispõe a Constituição;
  • Fortalecimento da ação da Procuradoria Parlamentar em defesa da Casa e das prerrogativas dos deputados, e garantia de vagas na Mesa Diretora para a bancada feminina;
  • Aprofundamento das relações com outros parlamentos.

Reportagem – Murilo Souza e Carol Siqueira
Edição – Marcos Rossi

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