Perfil: Chico Alencar tem trajetória marcada pela defesa dos direitos humanos

27/01/2015 - 13:23   •   Atualizado em 28/01/2015 - 11:51

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) foi lançado candidato pelo Psol à Presidência da Câmara, no último dia 23, com duas bandeiras principais: a reforma política, com participação popular e sem financiamento de empresas às campanhas, e uma reforma tributária progressiva, que comece pela taxação das grandes fortunas.

Professor e escritor, o deputado carioca tomará posse de seu quarto mandato na Câmara dos Deputados, com trajetória centrada na defesa dos direitos humanos e da ética na política. Segundo nota divulgada pelo Psol, a candidatura simboliza uma "reação ao discurso de negação da política e à necessidade de que o Legislativo se abra aos clamores da população".

Gabriela Korossy

Chico Alencar: quatro vezes eleito deputado federal, uma vez pelo PT e três pelo Psol.

O candidato afirma que o Psol está empenhado na construção de uma democracia “de alta intensidade”, que combine a força partidária com a participação popular direta. “Acreditamos que muitos parlamentares, pensando mais nos anônimos que os elegeram do que nos poderosos que eventualmente os financiaram, possam ser sensíveis à nossa plataforma de resgate da representação e em defesa de uma pauta progressista.”

Alencar diz ainda que sua campanha "não gastará um tostão" e será baseada na divulgação de "ideias e causas". Ela afirma que pretende conquistar o voto dos deputados indecisos até o dia da eleição, dia 1º de fevereiro. “Alguns partidos estão programando a definição de apoio só para as vésperas da eleição. Então, vamos ver a repercussão do anúncio de nossa candidatura e quem pode fechar com nossas ideias.”

Para o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), a candidatura de Alencar “é o resgate da ética na política e da defesa de uma pauta legislativa a favor dos trabalhadores e do povo”. Na próxima legislatura, o Psol contará com cinco deputados: além de Chico Alencar e Ivan Valente, farão parte da bancada Jean Wyllys (RJ), Edmilson Rodrigues (PA) e Cabo Daciolo (RJ).

Propostas
Entre as propostas de campanha de Chico Alencar estão, além das reformas política e tributária:

• Abertura da Câmara às demandas populares;
• Autonomia e protagonismo do Legislativo;
• Recuperação da credibilidade do Parlamento com a sociedade;
• Debate de todas as questões, por mais polêmicas que sejam;
• Combate ao corporativismo parlamentar que tenta encobrir ilicitudes;
• Presença feminina na Mesa Diretora, no Colégio de Líderes e nas presidências das comissões;
• Ampliação dos sinais da TV e da Rádio Câmara, para que todos (as) tenham acesso;
• Poder de convocação de testemunhas para o Conselho de Ética;
• Criação de comissões especiais para acompanhar projetos específicos de grande importância, como Olimpíadas e as políticas integradas de superação da crise hídrica e energética;
• Avanço na informatização, objetivando, sobretudo, maior controle social e participação popular no Parlamento;
• Valorização do excelente corpo de servidores concursados da Casa;
• Defesa dos direitos das minorias, com enfrentamento do debate sobre a criminalização da homofobia;
• Recuperação da pauta trabalhista: das 40 horas semanais para os trabalhadores em geral e das 30 horas para a enfermagem;
• Garantia de uma administração transparente, marcada pelo princípio do concurso público e pelo fim das terceirizações.

Biografia
Após um curto período no MDB, Chico Alencar filiou-se ao PT em 1987, partido no qual permaneceu por 18 anos e foi eleito duas vezes vereador e uma vez deputado estadual no Rio de Janeiro.

Ainda pelo PT, chegou à Câmara dos Deputados em 2002. Três anos depois, após o escândalo do mensalão vir à tona, participou da criação do Psol, partido pelo qual foi eleito nas últimas três eleições. Em 2014, com 195 mil votos, foi o quarto deputado federal mais votado no Rio de Janeiro.

Na Câmara, foi titular de comissões como a de Direitos Humanos e Minorias; de Legislação Participativa; e de Educação. Atuou, ainda, no Conselho de Ética e no grupo de trabalho que analisou a proposta da Ficha Limpa.
Entre as bandeiras defendidas pelo deputado estão a reforma política e o combate à discriminação contra mulheres, gays e negros.

Formado em História pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Educação pela Fundação Getúlio Vargas, Chico Alencar é professor licenciado de Prática do Ensino da História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e autor de 32 livros, entre os quais "História da Sociedade Brasileira" e "Educar na Esperança em Tempos de Desencanto."

Da Redação - DC