Política e Administração Pública

Deputadas querem ampliar presença em cargos estratégicos na Câmara

09/12/2014 - 23:04  

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Reunião para discutir a plataforma feminina frente às eleições para a Mesa Diretora biênio 2015-2016; e preparar recepção da nova Bancada Feminina
Bancada feminina discutiu plataforma para as eleições da Mesa Diretora 2015-2016.

A bancada feminina discutiu nesta terça-feira (9) estratégias para fortalecer a participação das mulheres no Legislativo. As deputadas reclamam que, apesar de reunirem mais parlamentares que muitos partidos da Casa, são poucas as que ocupam cargos estratégicos.

A líder da bancada, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), disse que as parlamentares vão apresentar uma plataforma aos candidatos à Presidência da Câmara e a outros cargos da Mesa Diretora para exigir um compromisso em aumentar a presença das mulheres em cargos de poder na Casa.

As deputadas também preparam estratégias para fortalecer a atuação da bancada. "Na próxima legislatura, nós vamos ter momentos em que a bancada vai votar conjuntamente, pedindo liberação dos seus partidos para uma demonstração de força e exigir que se pautem projetos de interesse das mulheres”, disse Jô Moraes.

A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) também defendeu essa estratégia. "Nós vamos ser mais de 50 [deputadas]. No Democratas, sou só eu de mulher, meu voto não vai fazer diferença no meu partido. Mas, se nós todas da bancada feminina tivermos uma posição de bancada, 50 votos fazem diferença", disse a parlamentar.

Participação restrita
Pouco menos de 10% das comissões permanentes tiveram mulheres na presidência nas últimas três legislaturas. E as parlamentares ficaram somente com 2,5% das relatorias de medidas provisórias.

Apenas em 2011, a Mesa Diretora da Câmara teve uma integrante mulher. E comissões como a de Constituição e Justiça e a Comissão Mista de Orçamento nunca tiveram uma mulher na presidência.

Para a deputada Jô Moraes, é necessário alterar esse quadro. “Não é possível continuar numa dispersão, sem que sejamos reconhecidas, sem ocuparmos presidências das comissões permanentes, relatorias de medidas provisórias, sem estarmos na presidência das comissões mais importantes, como a de Constituição e Justiça", afirmou a deputada.

Agressões
Durante a reunião da bancada para discutir a plataforma, as deputadas questionaram a atitude dos deputados da Casa e até dos próprios partidos, destacando que as críticas feitas às parlamentares femininas frequentemente agridem a moral e não a atuação das deputadas.

Na próxima semana, as deputadas vão entregar o documento aos líderes partidários e aos prováveis candidatos à presidência da Casa.

Reportagem – Emilly Almeida
Edição – Pierre Triboli

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