Política e Administração Pública

Sócio da Sanko diz que pagou repasse de Youssef a executivos da Camargo Corrêa

27/11/2014 - 17:11  

O sócio-diretor da empresa Sanko-Sider, Marcio Andrade Bonilho, confirmou, em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, que fez pagamentos em dinheiro diretamente para o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, e para o diretor dessa empresa, Paulo Augusto Silva.

O dinheiro, segundo ele, era parte da comissão dada pela Sanko ao doleiro Alberto Youssef – preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato –, por intermediar o negócio com a Camargo Corrêa na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

Youssef repassava parte da comissão que recebia da Sanko pelo contrato com a Camargo Corrêa para a obra na estatal, para executivos da própria empreiteira. A Sanko-Sider importa tubos de aço para o setor de óleo e gás e é fornecedora da Petrobras.

“Eu emitia notas fiscais em nome das esposas deles [dos diretores]. Não houve dinheiro nenhum para o Paulo Roberto [Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal], esse negócio foi feito dentro da Camargo Corrêa”, afirmou, em resposta ao deputado Izalci (PSDB-DF), para ressaltar que não houve repasse a agentes públicos.

Segundo Bonilho, ele chegou a ser questionado pelos executivos da empreiteira sobre quanto teria pago ao doleiro Alberto Youssef, para calcular o valor que eles deveriam receber. “No final da reunião [com Youssef e os executivos], eles confirmaram que não receberam o repasse. Isso foi já no final do negócio, quando começou a existir o desequilíbrio entre eles”, disse o executivo da Sanko.

Acareação
Izalci agora quer uma acareação entre Bonilho e Youssef. “O senhor falou com muita segurança, apesar de eu achar que o senhor conhecia quanto ia para os diretores. Talvez tratasse isso como se fosse algo normal”, disse o deputado.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Newton Araújo

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