Política e Administração Pública

Diretor da Sanko-Sider confirma contratos com ex-diretor da Petrobras preso pela PF

27/11/2014 - 17:04  

Em depoimento nesta quinta-feira (27) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, o sócio-diretor da empresa Sanko-Sider, Marcio Andrade Bonilho, disse que contratou a consultoria Costa Global, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo o executivo, ele só conheceu Costa dois anos depois do afastamento do diretor da estatal, em abril de 2012.

Paulo Roberto foi preso pela Polícia Federal em março de 2014, na Operação Lava Jato, que apura lavagem de dinheiro, evasão de divisas e irregularidades em contratos com a petrolífera estatal. Depois da delação premiada, Paulo Roberto está em prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

“Esse contrato durou quatro meses, R$ 10 mil reais por mês, e, na inexistência de negócio, acabamos por encerrar as atividades”, disse Bonilho. Segundo ele, o contrato era para Costa apresentar a Sanko como possível representante no Brasil de empresas sediadas no exterior.

Notas frias
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou que a ex-contadora Meire Poza disse que a Sanko preparava os contratos e os entregava já prontos com as notas fiscais para a MO Consultoria emitir. Poza trabalhava para o doleiro Alberto Youssef, também preso na Lava Jato. “A sua empresa serviu de duto, para aquilo que a Camargo Corrêa não podia pagar diretamente. O senhor sabia que era nota fria desde o início”, disse o deputado.

Poza afirmou à CPMI, em 8 de outubro, que a Sanko era uma das empresas que tinham contratos com as empresas de Youssef, como a holding GFD e a MO Consultoria.

“Não tive relações com Meire Poza, ela nunca esteve na minha empresa. O Youssef pediu que eu pagasse mais uma nota para a contadora dele. Eu disse: ‘Youssef, já tem quatro empresas que você me indicou, chega’”, afirmou Bonilho.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Newton Araújo

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