Política e Administração Pública

Começa oitiva de ex-contadora de Youssef, Meire Poza, na CPMI da Petrobras

08/10/2014 - 10:59  

Começou há pouco, com quase uma hora de atraso, o depoimento de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, aos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga denúncias de corrupção na Petrobras.

O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) pediu que a reunião fosse secreta para que a contadora "se sinta mais à vontade para falar uma vez que ela já disse que foi ameaçada". Como não havia quórum de 17 parlamentares presentes para decidir se a reunião seria ou não fechada, foi mantido o depoimento aberto.

Alberto Youssef está preso desde março na operação Lava Jato da Polícia Federal (PF), que investiga um esquema de lavagem de dinheiro com movimentação de R$ 10 bilhões.

Empresas
De acordo com reportagem de agosto da revista Época, ela revelou, em depoimento à PF, que mais de 50 empresas estão envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro que era comandado pelo doleiro.

Em matéria do jornal O Globo de setembro, Meire teria falado em depoimento à PF sobre negócio de Youssef com políticos da base do governo para ele fechar negócios com os fundos de pensão dos Correios, o Postalis, e da Caixa Econômica Federal, o Funcef. Em troca de apoio político para o fechamento do negócio com os fundos, haveria uma partilha de comissões com integrantes partidários. O negócio só não se concretizou porque o doleiro foi preso.

Os pedidos para o depoimento da contadora foram feitos por oito parlamentares, entre eles o deputado Marco Maia (PT-RS), relator da comissão. Maia argumentou que, segundo as denúncias, Meire Poza auxiliava Alberto Youssef na lavagem de dinheiro.

Conselho de Ética
Em agosto, Meire esteve no Conselho de Ética da Câmara, onde disse que o deputado Luiz Argôlo (SD-BA) recebeu dinheiro do doleiro e que os dois mantinham “negócios ilícitos”. Em 3 de junho, a CPMI aprovou mais de 200 requerimentos, entre eles o da convocação do doleiro Youssef. O depoimento dele, no entanto, não foi marcado ainda.

A reunião é realizada no plenário 2, Ala Senador Nilo Coelho, no Senado.

Reportagem - Tiago Miranda
Edição - Rachel Librelon

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