Política e Administração Pública

CPMI da Petrobras aprova depoimento da ex-contadora do doleiro Youssef

17/09/2014 - 20:42  

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Oitiva do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa
Parlamentares apresentaram outros requerimentos que não foram votados.

Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovaram nesta quarta-feira requerimento para ouvir a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza. O depoimento ainda não tem data definida.

O doleiro, dono do laboratório Labogen, foi preso em março deste ano na operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro.

Ao final da reunião para ouvir o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, os parlamentares também apresentaram outros requerimentos que não chegaram a ser votados.

Entre eles, foi apresentado pedido para que a presidente da Petrobras, Graça Foster, esclareça o uso de um número de telefone corporativo da estatal pelo qual foram feitas ligações para o doleiro Alberto Youssef em 2010. O número foi identificado nos documentos de sigilo telefônico de Youssef. Foi pedida ainda a quebra de sigilo dessa linha telefônica.

Em outro requerimento, parlamentares da CPMI solicitaram a convocação de José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil, e de Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência da República.

A intenção é obter esclarecimentos a respeito de supostos pagamentos irregulares a pessoas que ameaçassem trazer a público informações sobre o envolvimento de autoridades nos negócios da empresa, conforme noticiado pela imprensa

Tráfico de influência
O deputado Ônix Lorenzoni (DEM-RS) questionou a legitimidade da escolha de Paulo Roberto Costa para o cargo de diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras.

Em sua exposição, o deputado disse que a nomeação para diretoria da estatal foi fruto de tráfico de influência política.

O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) concordou com Lorenzoni e mencionou a existência de uma "quadrilha que tomou conta da Petrobrás". Segundo o deputado, Costa usou telefone funcional da Petrobrás para se comunicar com o doleiro Alberto Youssef, a fim de viabilizar negociações com empreiteiras. Bueno ressaltou a importância de serem remetidos à CPMI pelo Supremo Tribunal Federal (STF) os documentos referentes à delação premiada.

Eleições
Antes do final da reunião, o deputado Júlio Delgado (PSB–MG) disse que as suspeitas acerca dos nomes que constam na lista de autoridades apontadas por Paulo Roberto Costa como beneficiárias de recursos ilícitos pode influenciar de maneira prejudicial à disputa nestas eleições. “Principalmente nos pleitos estaduais, já que há indefinição sobre o envolvimento de alguns deputados”, afirma.

Reportagem - Emanuelle Brasil
Edição – Regina Céli Assumpção

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