Política e Administração Pública

CPMI da Petrobras aprova depoimento da ex-contadora do doleiro Youssef

17/09/2014 - 17:51  

Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovaram há pouco requerimento para ouvir a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza.

O doleiro, dono do laboratório Labogen, foi preso em março deste ano na operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro. O depoimento ainda não tem data definida.

Em seguida, foi encerrada a reunião para ouvir o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.

Eleições
Antes do final da reunião, o deputado Júlio Delgado (PSB–MG) disse que as suspeitas acerca dos nomes que constam na lista de autoridades apontadas por Paulo Roberto Costa como beneficiárias de recursos ilícitos pode influenciar de maneira prejudicial a disputa nestas eleições. “Principalmente nos pleitos estaduais, já que há a indefinição sobre o envolvimento de alguns deputados”, afirma. Conforme reportagem da revista Veja, Costa citou o nome do ex-governador Eduardo Campos (PSDB), falecido em acidente aéreo em agosto.

A senadora Vanessa Grazzotin (PCdoB–AM) lembrou o depoimento de Costa à CPMI em junho, quando o ex-executivo afirmou não ser ”homem bomba” da estatal e dispôs-se a comprovar a legitimidade das decisões técnicas acerca dos acordos firmados com empreiteiras na construção da refinaria pernambucana. Para Grazzotin, a reiterada alegação de sigilo por Costa compromete as investigações e representa ruptura da conduta colaborativa sinalizada em junho por Costa.

Delação premiada
O deputado Fernando Francischini (SD-PR) reforçou a necessidade de a comissão receber do Supremo Tribunal Federal (STF) as cópias dos depoimentos de Paulo Roberto Costa à justiça do Paraná, após acordo de delação premiada. “Não podemos ter tantos políticos citados e não tomar uma atitude. O STF e o Procurador-Geral da República têm que reconhecer a competência constitucional da CPI e compartilhar as cópias para que tomemos providências. Sem isso, esta CPI está morta”, justificou Francischini.

O deputado informou que vai cobrar da presidência da comissão a formação de um grupo de parlamentares que vá ao STF requerer as cópias da delação premiada.

Reportagem - Emanuelle Brasil
Edição – Regina Céli Assumpção

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