Política e Administração Pública

Mais de 50 deputados comunicam à Câmara troca de partido para concorrer em 2014

Pelo menos outros cinco deputados também trocaram de legenda, mas ainda não há registro na Secretaria-Geral da Mesa.

07/10/2013 - 14:08   •   Atualizado em 08/10/2013 - 17:37

Desde o dia 24 de setembro, quando foram criados dois novos partidos políticos (Solidariedade e Pros), 55 deputados comunicaram à Secretaria-Geral da Mesa (SGM) da Câmara a mudança de legenda.

Outros deputados também informaram haver trocado de partido, mas ainda não há registro na SGM - Walter Feldman (do PSDB para o PSB), Miro Teixeira (do PDT para o Pros) e Cida Borghetti (do PP para o Pros).

O partido que mais receberá parlamentares, se forem confirmadas todas as trocas, será o Solidariedade, com 23 deputados. Em segundo lugar ficará o Pros, com 16. Em seguida, PP (4), PSB (3), PR (2) e PRB (2). PMDB, PSDB, DEM, PSD e PTB receberão um deputado cada.

Veja a lista oficial completa.

O prazo para a troca partidária – a tempo de concorrer nas eleições do próximo ano – terminou no último sábado (5). Com as trocas feitas, os novos partidos começam a se movimentar para definir suas lideranças e posições dentro da Casa.

O Pros já escolheu seu líder: o deputado Givaldo Carimbão, que deixou o PSB. A nova legenda do parlamentar de Alagoas atuará na base do governo de Dilma Rousseff, mesmo porque seu antigo partido rompeu com a presidente.

“Eu espero que nós possamos dar apoio à presidente Dilma, pela governabilidade. O País não pode prescindir de um Parlamento parceiro do governo federal, naquilo que nós entendemos ser importante para o Brasil”, ponderou Carimbão.

Uma reunião da bancada do Pros está marcada para esta terça-feira (8), às 14h30, em Plenário a definir. A expectativa é já discutir pauta de votações e posições do partido.

Com 16 deputados, o Pros deve buscar um espaço físico para instalar sua liderança e, no próximo ano, disputar espaço nas comissões da Casa. “Não tem espaço físico, mas temos que ter um local, pelo tamanho que temos. O presidente [Henrique Eduardo Alves] vai ter que encontrar um caminho. Nas comissões, esperamos dar o melhor”, avisou.

Já o Solidariedade, que tem como maior nome o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), ex-PDT, deve anunciar seu líder somente nesta terça-feira. Uma reunião entre os parlamentares do novo partido está marcada para as 16h30, no Plenário 15.

Marina Silva
A notícia da aliança de Marina Silva, que teve o registro do Rede Sustentabilidade rejeitado na última quinta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o PSB do governador Eduardo Campos (PE) pode mudar o rumo das eleições presidenciais de 2014. No entanto, não assustou o líder do PT, deputado José Guimarães (CE).

Para Guimarães, a entrada de Marina no PSB não tem qualquer repercussão no PT e não passou de “um ato corriqueiro da disputa eleitoral”. A candidatura de Dilma à reeleição é ponto fechado no partido, segundo o líder, e o PT vai para a disputa “em condições de vitória”. “Para nós, do PT, quanto menos candidaturas, maiores são as chances da presidente Dilma ser reeleita.”

Já o líder da Minoria, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), avaliou que a decisão de Marina Silva vai fortalecer a oposição. “Foi uma confirmação de que ela (Marina) não concorda com o governo atual”, disse Leitão. “A decisão fortalece a oposição ao PT, confirma uma oposição consolidada, juntando a segunda colocada das pesquisas e o quarto colocado.”

Reportagem - Noéli Nobre e José Carlos Oliveira
Edição - Marcos Rossi

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.