CPMI aprova relatório paralelo que remete investigações para PF e MP
18/12/2012 - 13:17 • Atualizado em 18/12/2012 - 13:51
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira aprovou por 21 votos a 7 o relatório paralelo do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF). Os trabalhos da comissão foram encerrados.
O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), que teve o relatório rejeitado, votou contra o parecer de Pitiman. O vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), votou a favor.
Cunha disse que o relatório aprovado “é uma nada” e que não tem nenhum efeito prático. Ele disse que a CPMI terminou em “pizza geral” e lamentou que meses de trabalho tenham sido jogados fora. O deputado afirmou também que o relatório foi rejeitado em razão da “blindagem” do governador de Goiás, Marconi Perilo, do PSDB, e da empreiteira Delta. Ele disse foi pressionado a retirar Perilo e a empreiteira do relatório, mas não concordou.
O relatório aprovado, que tem apenas uma página e meia, não cita nenhum nome de investigado, critica o trabalho da comissão e diz que a investigação deve ser feita pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. O parecer, segundo Pitiman, o deixa com a consciência tranquila por não ter condenado inocentes nem absolvido culpados. Esse argumento foi citado por diversos deputados favoráveis ao relatório.
Discursaram contra o relatório de Pitiman os deputados Silvio Costa (PTB-PE) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Silvio Costa disse que a comissão fabricou uma pizza com 't' de trapalhada. Ele criticou o envio de documentos para o Ministério Público. "Isso já veio de lá. Isso é uma piada, uma brincadeira. Não dá para transformar a CPI numa papagaiada dessas", disse.
Discursaram a favor os deputados Domingos Sávio (PSDB-MG) e Armando Vergílio (PSD-GO). Vergílio disse que informações novas foram colhidas pela comissão, como as quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico de diversos investigados. Segundo ele, o texto consegue reunir o pensamento da CPI, para que a comissão não passe em branco. Sávio disse que é uma falácia afirmar que relatório de Pitiman não acrescenta nada.
Dificuldades
Ao defender seu texto, Pitiman disse não ter dúvidas de que houve boa vontade e dedicação da maioria. "Agora, da forma como encerramos, vejo que tivemos dificuldades técnicas e políticas para chegarmos a uma conclusão, para que pudéssemos chegar à finalização da CPMI com a consciência tranquila". Ele disse que o fato de ter havido uma eleição municipal no meio da CPMI impediu que houvesse tranquilidade política.
Para Pitiman, quem votou contra seu relatório parece ter a intenção de não aprovar relatório nenhum e deixar a comissão sem resultado. "Uma página e meia com encaminhamento de tudo. Nós poderemos sim, nessas duas instituições (PF e MP), separados do calor político, separados da questão do momento, termos todas as condições de que haja realmente a continuidade das investigações. Estou pedindo aqui que não se encerrem as investigações hoje", disse.
Reportagem - Wilson Silveira
Edição – Daniella Cronemberger