Política e Administração Pública

Líder do governo acusa oposição de postura de confronto

Oposição rebate críticas por atraso em votação dizendo que defende interesses do País.

07/04/2011 - 16:32  

Brizza Cavalcante
Coletiva do Dep. Cândido Vaccarezza (PT-SP)
Vaccarezza: governo tem tratado a oposição com debate político; estamos ganhando na discussão.

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou em entrevista coletiva nesta quinta-feira (7) que a oposição está adotando a postura de “confronto a qualquer preço”. Ele criticou o tempo que o Plenário demorou para aprovar a medida provisória sobre o trem-bala (MP 511/10) e o projeto da revisão do Tratado de Itaipu (PDC 2600/10). Segundo ele, a oposição está dividida, o que inviabiliza a execução de acordos.

O líder da Minoria, deputado Paulo Abi-ackel (PSDB-MG), assegurou que a oposição não está dividida nem disposta a fazer oposição a qualquer preço. Segundo ele, os partidos que integram a minoria têm dado todos os sinais da disposição de promover a agenda de interesse do País. “Quando for de interesse do povo, vamos votar; quando for apenas interesse do governo, vamos resistir, fazendo inclusive obstrução”, afirmou.

Abi-ackel afirmou ainda ser legítima a resistência da oposição em votar a revisão do Tratado de Itaipu. De acordo com ele, é constrangedor assumir que o Brasil tenha de ajudar o Paraguai a superar suas mazelas quando aqui o País tem mazelas próprias, inclusive no setor energético.

O líder da Minoria reconheceu, no entanto, que alguns deputados da oposição votaram diferentemente da orientação da minoria quanto à MP do Trem-Bala. Segundo ele, há parlamentares do Rio de Janeiro e de São Paulo que têm interesses na obra.

Discurso de Aécio

Vaccarezza também fez referência ao discurso de quase cinco horas do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que ontem criticou o governo petista. Aécio afirmou que “sempre que precisou escolher entre os interesses do Brasil e a conveniência do partido, o PT escolheu o PT”.

O líder do governo classificou a fala do senador como “sectária, radical, que nem pessoas da ultradireita fazem”. Segundo ele, Aécio tomou emprestado o discurso do candidato derrotado à presidência José Serra (PSDB-SP), que afirmou, durante a campanha, que o PT iria dividir o Brasil. “Infelizmente, o Aécio caiu nessa, porque a primeira ação da presidente Dilma, após a vitória, foi estender a mão para o Brasil, inclusive para a oposição”, afirmou.

Para o líder da Minoria, Vaccarezza não leu o discurso feito por Aécio ou leu o “discurso errado”. “A percepção dele do discurso contraria a impressão colhida por todos. Foi um discurso de oposição firme e serena”, defendeu. Para Abi-ackel, ao tomar a tribuna do Senado ontem Aécio Neves resgatou o debate de alto nível no Parlamento.

Abi-ackel assegurou que a oposição não está dividida nem disposta a fazer oposição a qualquer preço. Segundo ele, os partidos que integram a minoria têm dado todos os sinais da disposição de promover a agenda de interesse do País.

O líder do governo afirmou que, mesmo que a oposição provoque, o Executivo vai continuar trabalhando para unir o Brasil, sem dar “cotoveladas”. Segundo Vaccarezza apesar de ter a maioria o governo tem tratado a oposição com respeito e com debate político. “Estamos ganhando no voto e na discussão política”, declarou.

Cem dias
Na sessão de ontem, Vaccarezza fez um discurso sobre os cem dias do governo Dilma, que se completam no próximo domingo, e destacou os feitos alcançados. Ele citou como realizações importantes a aprovação de uma política para aumento do salário acima da inflação até 2015, o reajuste do auxílio pago pelo programa Bolsa-Família, a garantia dos investimentos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a as medidas necessárias à realização da Copa e das Olimpíadas.

Reportagem – Rachel Librelon
Edição – Regina Céli Assumpção

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