Relator admite mudança na MP do FGTS

23/02/2007 - 16:21  

O deputado Wilson Santiago (PMDB-PB), relator da Medida Provisória 349/07, que autoriza a utilização de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em investimentos em infra-estrutura, já admite promover alterações no texto enviado pelo Executivo. A intenção do relator é incluir no texto da medida garantias de rentabilidade e de segurança para os investimentos.

A medida integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e autoriza a transferência de R$ 5 bilhões do patrimônio líquido do FGTS para um fundo de investimento destinado a financiar projetos nas áreas de energia, transporte e saneamento. O montante final investido poderá chegar até 80% do patrimônio líquido do FGTS, que registrava mais de 22 bilhões no final de 2006.

Rentabilidade mínima
Organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical exigiram do governo uma rentabilidade mínima para o novo fundo, fixada na TR (taxa referencial) mais 3%, o equivalente ao rendimento atual do FGTS. Os sindicalistas temem que a aplicação de recursos do FGTS em setores de infra-estrutura possa trazer prejuízos ao trabalhador. O governo espera, no entanto, que o rendimento do novo fundo seja de pelo menos a TR mais 8%.

Duas confederações trabalhistas já ingressaram no Supremo Tribunal Federal (STF) com ADI contra a medida. As entidades contestam o fato de o governo usar o dinheiro do trabalhador sem dar garantias mínimas de rentabilidade ou assumir os riscos das aplicações.

Reunião
O deputado Wilson Santiago vai se reunir na semana que vem com representantes de centrais sindicais e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para encontrar uma solução para o impasse. "Se a solução for assegurar a garantia a esses recursos, dada pelo Tesouro Nacional ou pela Caixa Econômica Federal, com certeza teremos que alterar o texto, a fim de que os recursos sejam garantidos", disse Santiago, ao ressaltar que vai procurar também os deputados e senadores que apresentaram as 89 emendas relativas ao assunto.

Patrimônio próprio
Segundo o texto da MP 349/07, o fundo de investimentos do FGTS terá patrimônio próprio, separado do FGTS, e será disciplinado pela CVM. As diretrizes, os critérios e as condições de investimento, no entanto, serão definidos pelo Conselho Curador do FGTS, que é integrado atualmente por representantes do governo, de entidades patronais e dos trabalhadores.

Caberá ao conselho, por exemplo, a aprovação dos projetos que receberão recursos do fundo. A execução dos investimentos ficará a cargo da Caixa Econômica, instituição responsável pela gerência dos recursos do FGTS.

A MP 349 será analisada pelo Plenário e depois seguirá para o Senado. Ela passa a trancar a pauta da Casa onde estiver tramitando a partir do dia 19 de março.

Conheça as propostas que integram o PAC

Notícias anteriores:
Medidas provisórias do PAC recebem 719 emendas
Governo está aberto para alterações no PAC

Reportagem - Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição - Sandra Crespo

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.


Sua opinião sobre: MPV 349/2007

Íntegra da proposta