Meio ambiente e energia

Risco de racionamento de energia é administrável, diz ministro

04/03/2015 - 11:38  

O ministro das Minas e Energias, Eduardo Braga, afirmou que o setor elétrico brasileiro passa por um momento grave, mas que o risco de racionamento de energia é administrável. Segundo ele, o risco de racionamento de energia nas regiões Centro-Oeste e Sudeste hoje é de 6,1% (1,1 ponto percentual acima do risco estrutural mínimo calculado para o sistema, que é de 5%).

Conforme o ministro, o risco é menor hoje do que na crise de 2001, quando chegou a 14,8%. As declarações foram dadas na comissão geral sobre a crise hídrica e energética no País, que ocorre nesta quarta-feira (4) no Plenário da Câmara dos Deputados.

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Luis Macedo - Câmara dos Deputados
Comissão geral debate sobre
Ministro Eduardo Braga, na comissão geral: risco de racionamento de energia é menor hoje do que em 2001.

De acordo com Braga, o nível de chuvas em janeiro de 2015 é o pior dos últimos tempos e, durante todo o ano de 2014, a média de chuvas foi muito ruim. Com isso, em 2014 houve uma redução drástica da reserva dos reservatórios de água. “Gostaríamos de ter mais chuvas”, disse. “Mas, em 2015, mesmo estando com os reservatórios abaixo dos níveis de 2001 (no Sudeste chega à metade), estamos conseguindo manter o fornecimento de energia, em função da robustez do sistema e da segurança energética.”

O ministro explicou que, em comparação com 2001, houve não só um aumento da capacidade de geração de energia do País, como a diversificação do modelo de geração, especialmente a partir de 2010. Ele destacou o investimento em usinas térmicas, biomassa, energia eólica e geração fotovotáica (solar).

Crise de janeiro
Em relação à falta de energia no Sudeste em 19 de janeiro, o ministro reiterou que houve “limitação no escoamento da energia do Norte para a região Sudeste, fazendo com que sistema tivesse que cortar carga para reeestabelecê-la em 38 minutos.

Porém, segundo ele, é justamente o fato de o Brasil hoje dispor de um sistema elétrico que interliga as diversas bacias hidrográficas que dá a possibilidade de poder administrar o setor. “Isso tornou o nosso setor muito mais robusto, comparado a 2001”, afirmou. Conforme Braga, os intercâmbios internacionais de energia também vêm crescendo, por exemplo, com Venezuela, Paraguai, Argentina e Uruguai, dando mais segurança ao setor.

Ações
Entre as ações em andamento, para administrar o momento de crise, Braga citou a recuperação dos atrasos na implementação de usinas e nas obras de transmissão, para aumentar ainda mais a capacidade de intercâmbio entre as diferentes regiões. Segundo ele, existem 105 obras em andamento neste ano.

O ministro afirmou ainda que os projetos de diversificação da matriz energética continuam (19 projetos de hidrelétricas, 34 termoelétrica, 420 eólicas, 31 fotovotáicas) e que o governo vai cumprir o calendário de leilões de energia previstos para este ano. “Já fizemos o primeiro leilão de 2015, de fontes alternativas de energia. Tivemos uma adesão muito importante, com 570 projetos habilitados”, disse.

O próximo leilão acontecerá em abril. Ele também citou, entre as ações do governo federal, a desoneração do PIS e Confins para energia fotovotáica.

Desperdício
Por fim, o ministro destacou a necessidade de participação do consumidor no momento de crise. “Não desperdiçar energia é inteligente para o setor elétrico e para o próprio bolso”, afirmou. Braga acrescentou que “definitivamente estamos num novo ritmo hidrológico no nosso País e de uma mudança no clima na Terra, fruto da relação homem-natureza”.

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Reportagem - Lara Haje
Edição - Daniella Cronemberger

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