Meio ambiente e energia

Câmara rejeita injeção eletrônica obrigatória em motos

Relator ressaltou que medida não garantiria a redução de poluentes e poderia se transformar num obstáculo para o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes.

07/11/2013 - 12:15  

Gustavo Lima
Marco Tebaldi
Marco Tebaldi alertou que, dependendo da regulagem da injeção eletrônica, poluição poderia ser maior.

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio rejeitou na quarta-feira (6) o Projeto de Lei 3700/08, do deputado Hermes Parcianello (PMDB-PR), que obriga as montadoras e fabricantes de veículos de duas rodas, como motocicletas, a adotarem o sistema de injeção eletrônica de combustíveis.

Como tramitava em caráter conclusivo e foi rejeitado por todas as comissões que analisariam seu mérito, o projeto será arquivado, a menos que haja recurso para que seja analisado pelo Plenário.

O autor da proposta sustenta que a medida contribuiria para reduzir a emissão de poluentes por veículos de duas rodas. O relator na comissão, deputado Marco Tebaldi (PSDB-SC), destacou que apoia qualquer medida que evite danos ao meio ambiente, mas argumentou que a obrigatoriedade de se instalar injeção eletrônica em motocicletas não implica, necessariamente, em redução na poluição.

Ele explica que a regulagem do sistema de injeção eletrônica – que não é tratada no projeto de lei– é fundamental. “Ou seja, caso aprovada a proposição, poderíamos ter motocicletas e outros veículos de duas rodas com injeção eletrônica e poluição ainda maior”, disse Tebaldi, que é engenheiro sanitarista e ambiental.

O relator ainda citou o argumento do deputado Sarney Filho (PV-MA), relator da proposta na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, segundo o qual fixar em lei uma tecnologia a ser utilizada pelos veículos seria um obstáculo para o desenvolvimento de mecanismos mais eficientes.

“Pior ainda: a lei não congelaria o desenvolvimento da tecnologia; esta continuaria a evoluir mundo afora, enquanto nós, no Brasil, ficaríamos condenados a utilizar apenas aquela tecnologia prevista em lei”, completou Tebaldi.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Daniella Cronemberger

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