Economia

Indústria da construção civil reclama de aumento da informalidade no setor

Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Rodrigues Martins, o percentual da informalidade é de 54%, o que representa R$ 30 bilhões/ano

14/07/2016 - 15:29  

Divulgação
Audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico Indústria, Comércio e Serviço sobre sistema imobiliário urbano
Martins: o setor imobiliário funciona sempre em termos de economia como freio ou como locomotiva. “Nesse instante, ele está sendo um freio. Um setor que tem 9% do PIB e cai 8%, causa uma queda de 1% no PIB geral

Representantes da indústria da construção civil reclamaram do aumento da informalidade no setor.

Eles participaram de audiência pública promovida pela Comissão Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (13), para discutir os entraves econômicos relacionados ao desenvolvimento urbano, incorporação imobiliária, comercialização imobiliária, locação predial e condomínios.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Rodrigues Martins, afirmou que o setor imobiliário funciona sempre em termos de economia como freio ou como locomotiva. “Nesse instante, ele está sendo um freio. Um setor que tem 9% do PIB e cai 8%, causa uma queda de 1% no PIB geral”, explicou.

Ele acrescentou que o setor tem os problemas como a grande informalidade na construção civil. “O percentual arrecadatório da informalidade é de 54%, o que representa R$ 30 bilhões/ano. Deveria ter uma fiscalização”, disse.

Para o presidente da CBIC, o setor passa por grande dificuldade porque construção é investimento, que pressupõe credibilidade. “Eu tenho que acreditar que terei um emprego amanhã para comprar um imóvel hoje. Como eu vou assumir uma prestação de 30 anos, se não sei se vou ter emprego na semana que vem? Tudo depende de confiança. Como o Brasil está vivendo um momento de turbulência, a confiança foi reduzida drasticamente”, explicou.

Martins assinalou que o País está chegando ao mesmo número em emprego de 2010. “Primeiro o Brasil precisa voltar à normalidade. Enquanto não houver um ajuste macroeconômico, nós viveremos nesse impasse. Estamos propondo primeiro ao governo medidas que melhorem o aspecto macroeconômico”, disse.

Competitividade
A audiência foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Laercio Oliveira (SD-SE), que está preocupado com a perda de competitividade da indústria brasileira em função de um cenário de retração econômica. “Há evidências de que a economia se atrasa em termos de produtividade em relação a outros países com os quais compete no mercado internacional”, afirma o deputado.

Condomínios
O coordenador da Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobiliários da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo, Pedro Wähmann, afirmou que só em condomínios e imóveis locados vive ¼ da população brasileira. Ele acentuou que a grande preocupação é com os custos. “É preciso pensar na manutenção que caiba dentro dos padrões dos condôminos. No Congresso Nacional tramitam muitos projetos sobre obrigações que os condomínios devem assumir. Muitas vezes projetos de interesse de fornecedores e prestadores de serviços. Nesse sentido, a gente trabalha muito para esclarecer. Na locação, especialmente nesse momento em que o acesso a financiamento imobiliário está muito difícil, [preocupam] projetos que visam acabar com as garantias entre locador e locatário, suprimir a figura do fiador dificultam a atividade”, exemplificou.

Da Redação – RCA
Com informações da Comissão de Desenvolvimento Econômico Indústria, Comércio e Serviço

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