Educação, cultura e esportes

Deputados avaliam que arenas das Olimpíadas devem ser mais bem aproveitadas

07/06/2017 - 19:21   •   Atualizado em 09/06/2017 - 13:04

Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o legado deixado ao país em decorrência da realização das Olimpíadas de 2016
Duas comissões da Câmara ouviram em audiência pública, por meio de videoconferência, as explicações do presidente da Autoridade de Governança do Legado Olímpico, Paulo Mello

"O Parque Olímpico do Rio de Janeiro não é um largado olímpico, mas um legado olímpico." Foi assim que o presidente da Autoridade de Governança do Legado Olímpico, Paulo Mello, resumiu a situação atual das arenas construídas para os Jogos Rio 2016. No entanto, os deputados olharam com cautela essa avaliação.

Mello participou, via videoconferência, de audiência pública para debater o legado do evento para o Brasil, realizada nesta quarta-feira (7) pelas comissões do Esporte; e de Legislação Participativa, da Câmara dos Deputados.

E apresentou aos deputados a situação de cada arena e as atividades que estão sendo desenvolvidas, que envolvem desde o esporte de base até o de alto rendimento, além de feiras e eventos culturais.

Tem que avançar
A deputada Flávia Morais (PDT-GO) é mais cautelosa na avaliação: "Não está tão ruim como tem sido colocado mas também tem que avançar. Está no caminho, sabemos das dificuldades, leva um certo tempo pra estabelecer o direcionamento das obras, da infraestrutura”.

“Estamos vendo comprometimento muito grande por parte do ministério, do município do Rio, a gente tem visto que estão acompanhando, estão cientes, não está abandonado como dizem, mas é preciso ideias, criatividade, sabendo a dificuldade e o desafio que é o financiamento, o custo desse legado, e é preciso que seja aproveitado de forma inteligente", acrescentou.

Despesas de manutenção
A preocupação maior do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE) é com as despesas de manutenção. Segundo ele, os parques da Barra e de Deodoro custam R$ 80 milhões por ano ao governo federal. E o desafio agora é encontrar alternativas para tirar esse peso das costas da sociedade", como a realização de eventos esportivos, sociais e culturais.

"São dois legados: um da infraestrutura, esse a cidade vem usufruindo e foi um ganho real pra cidade do Rio de Janeiro. Outro é da estrutura esportiva”, ressaltou. “Esse é o grande problema, porque, como foi deixado até de forma muito clara aqui, muitas das arenas não foram pensadas pós-olimpíadas e elas não têm efetivamente um uso, um destino. Está se buscando isso, trazer evento, trazer algo para dar vida àquilo ali e a um custo muito alto."

Sem demanda
O deputado reconheceu os esforços da Autoridade de Governança para dar vida às arenas olímpicas, mas apoiou a crítica do presidente da GL Events, Arthur Repsold, em relação às escolhas da entidade.

A empresa foi convidada a apresentar proposta de parceria-público-privada para gerir o Parque Olímpico, mas desistiu frente a todas as obrigações impostas pelo Rio de Janeiro.

Para o empresário, o Rio não tem demanda para mais uma grande arena de eventos, como é a Arena 1 do parque da Barra, e, ao oferecer esse espaço gratuitamente a eventos internacionais, o Estado promove uma competição prejudicial para a iniciativa privada.

Ausência do COB
Os deputados também criticaram a ausência no encontro de representante do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que foi convidado para dar explicações sobre o Parque Aquático Maria Lenk.

Reportagem – Verônica Lima
Edição – Newton Araújo

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