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Debatedores afirmam que Brasil está preparado para segurança nas Olimpíadas

09/12/2015 - 22:04   •   Atualizado em 09/12/2015 - 22:16

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Audiência pública das comissões do Esporte (CESPO) e de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) para debater sobre a organização da segurança nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016, com ênfase na prevenção de atos terroristas, tendo em vista os recentes ataques na França, incluindo os preparativos para a abertura e encerramento dos Jogos
Comissões da Câmara realizaram audiência pública para discutir a segurança nos jogos olímpicos

Lideranças que atuam na área de segurança pública afirmaram nesta quarta-feira (9), em audiência na Câmara dos Deputados, que o Brasil está preparado para prevenir atos terroristas nos jogos.

Os debatedores ressaltaram que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 contarão com esquema de segurança antiterrorismo que trará policiais de inteligência estrangeiros para auxiliar em ações de prevenção e reação. Também estão previstas ações integradas em níveis federal, estadual e municipal.

A audiência pública sobre a segurança nos jogos foi realizada pelas comissões do Esporte; e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Os recentes atos terroristas de Paris alertaram as comissões para a possibilidade de repetição no Brasil, mas o chefe da Assessoria Especial para Grandes Eventos das Forças Armadas, general Luiz Felipe Gomes, afirmou que os riscos não aumentaram, pelo contrário, o País está mais preparado, já que aprendeu novos procedimentos de segurança com a tragédia na França.

Isenção de visto
O secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, esclareceu que a lei que facilita a entrada de turistas durante os jogos (Lei 13.193/15) não trará prejuízos à segurança do País.

"O visto não pode se confundir com segurança. Visto é uma questão de relação diplomática, de intercâmbio entre países, não de segurança. O visto não impede ou coíbe qualquer ação que venha a atacar a segurança pública de grande evento ou cotidiano. Nós, durante a Copa do Mundo, barramos vários torcedores argentinos que constavam na black list argentina de ingressar no Brasil. E o argentino não precisa de visto para ingressar no Brasil. Ou seja, o visto não guarda relação com segurança", disse Rodrigues.

Monitoramento
O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza, afirmou que o órgão já realiza monitoramento da internet para interceptar possíveis articulações terroristas e identificar possíveis alvos.

"Nós acompanhamos, verificamos qual é a incidência de contato com essas organizações, se possível, quem são as pessoas que estão fazendo esse trabalho e tentamos depois fazer um trabalho de identificação dos relacionamentos dessas pessoas entre as que atuam na rede e entre as organizações – que tipo de propostas, de mensagens e de problemas estão sendo discutidos."

O deputado Afonso Hamm (PP-RS), um dos requerentes da audiência, disse estar preocupado, mas afirmou que outros eventos esportivos – como a Copa do Mundo e os Jogos Pan-Americanos – prepararam o Brasil para os jogos do ano que vem. Hamm também disse que pediu aos órgãos de segurança que enviem sugestões sobre a proposta de tipificação do crime de terrorismo.

Os jogos olímpicos do Rio devem trazer cerca de 350 mil turistas ao Brasil no ano que vem, segundo estimativas da Embratur. A competição começa no dia 5 de agosto.

Reportagem – Ana Gabriela Braz
Edição – Pierre Triboli

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