Educação, cultura e esportes

Deputados questionam custo e destinação das 12 arenas da Copa

18/07/2014 - 14:06  

Passada a Copa do Mundo, alguns deputados buscam agora um balanço final sobre os custos das 12 arenas reformadas ou construídas para o evento e sobre a destinação que será dada aos estádios de Brasília, Cuiabá e Manaus.

O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) disse que vai questionar os tribunais de contas e outras autoridades responsáveis sobre os indícios de superfaturamento apurados antes da Copa e sobre o uso das arenas. "Como é que vai ser agora, por exemplo, a Arena de Manaus que não tem um futebol vibrante, competitivo - com todo respeito, eu conheço o futebol do Fast, o Nacional, o Rio Negro de Manaus - sei que tem futebol no Amazonas, mas não que justifique ocupação de um investimento [desse porte]."

O estádio nacional Mané Garrincha, em Brasília, foi orçado inicialmente em cerca de R$ 700 milhões; mas teria custado o dobro. Os responsáveis pela construção afirmam, porém, que o custo inicial não envolvia a obra completa e o contrato original recebeu vários aditivos.

O presidente da Comissão do Esporte, deputado Damião Feliciano (PDT-PB), afirma que é preciso separar o que é de responsabilidade privada e o que é de responsabilidade pública e cita o exemplo do Itaquerão, em São Paulo. "O que houve na realidade na Arena Corinthians foi um investimento inicial pelo governo federal, mas os recursos que estão na arena foram um empréstimo feito pelo BNDES - que qualquer empresa pode tomar emprestado - que eles vão ter que pagar como uma empresa normal, uma empresa qualquer."

O líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), afirma que os estádios foram concebidos como arenas multiuso. "Aliás, se elas não fossem um bom negócio, as empresas que as construíram seguramente não as teriam feito. Fizeram com o objetivo de obter lucro, as empresas não fizeram as arenas só para a Copa. Fizeram para utilizar toda a sua área comercial, toda a potencialidade para diferentes usos."

Dos 12 estádios da Copa, três pertencem à iniciativa privada: São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Os demais, ou foram construídos em parcerias com a iniciativa privada ou estão sendo concedidos agora.

Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição – Natalia Doederlein

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