Educação, cultura e esportes

Ministério: Copa renderá R$ 63 bilhões ao Brasil em impostos

05/07/2011 - 17:59  

Brizza Cavalcante
Jonas Donizette
Jonas Donizette: "A Câmara deve acompanhar a execução das obras para a Copa".

A Copa de 2014 renderá R$ 47 bilhões ao Brasil em impostos diretos. Com outros tributos, serão arrecadados mais R$ 16 bilhões. O aumento do consumo agregará R$ 5 bilhões à economia brasileira. Já os cerca de 600 mil turistas estrangeiros esperados para a competição deverão deixar no país quase R$ 4 bilhões, enquanto os 3 milhões de turistas brasileiros que aproveitarão a Copa para viajar deverão gastar R$ 5,5 bilhões.

Esse dinheiro, somado ao que será investido em obras de infraestrutura públicas e privadas e pelo setor de serviços, representará para a economia brasileira incremento de mais de R$ 110 bilhões.

O balanço foi apresentado em Brasília, nesta terça-feira, pelo assessor especial do Ministério do Esporte, Ricardo Gomyde, durante o Fórum Legislativo das Cidades-Sede da Copa 2014. Ele informou que, de acordo com as projeções do ministério, serão criados nos próximos três anos 332 mil empregos permanentes e, em 2014, 381 mil empregos temporários. Parte desses empregos será consequência dos R$ 23 bilhões que devem ser investidos nas obras de infraestrutura.

Obras atrasadas
Quanto às obras de infraestrutura, Gomyde admitiu que nem metade das 12 capitais que vão receber as partidas do mundial começaram as obras prometidas em mobilidade urbana e aeroportos. Na área de estradas e transporte público, apenas 4 das 12 cidades já tiraram os projetos do papel.

As melhorias nos aeroportos estão ocorrendo em 5 dos 13 terminais envolvidos com o evento. "As cidades foram escolhidas apenas em maio de 2009. Já faz dois anos, mas não é tanto tempo assim para tramitar projetos, procedimentos licitatórios, obter financiamento”, justificou.

O deputado Gilmar Machado analisa, em entrevista à TV Câmara, a Medida Provisória 527/11 e o andamento das obras para a Copa de 2014,

Segundo Gomyde, em função do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), contemplado na Medida Provisória 527/11, já aprovada na Câmara e agora em análise no Senado, as obras vão ser concluídas em tempo. “Teremos algumas já prontas para a Copa das Confederações (em 2013), e todas para o Mundial de 2014".

O presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, deputado Jonas Donizette (PSB-SP), concorda que o RDC, se virar lei, pode acelerar o processo. "Conforme esse regime diferenciado, em vez de o Poder Público ficar preocupado se vai gastar mais ou menos, a responsabilidade fica com quem foi contratado para fazer a obra”, explicou.

Para o deputado e ex-jogador de futebol Romário (PSB-RJ), a preocupação é se realmente o Mundial vai garantir melhorias para a vida dos brasileiros, em especial nas áreas de mobilidade urbana, educação e saúde.

O balanço do Ministério dos Esportes mostrou também que, das obras de infraestrutura prometidas para a Copa, os estádios estão mais adiantados. Todas as 12 arenas estão com as obras encaminhadas, com exceção das de Natal e São Paulo, que ainda passam por etapas burocráticas.

Aeroporto de Brasília
Nesta terça-feira, parlamentares e autoridades do governo federal e do Distrito Federal visitaram o aeroporto internacional de Brasília e as obras do futuro Estádio Nacional de Brasília, que estão com um terço do cronograma cumprido. Os parlamentares presentes na vistoria aprovaram o andamento da construção.

Segundo o deputado Jonas Donizette, é importante o Legislativo estar presente, fiscalizar, “porque a Copa é boa para o País, mas temos que verificar a questão orçamentária e acompanhar o que vai ficar para a população”.

Até o final do ano, o Fórum Legislativo das Cidades-Sede da Copa 2014 vai percorrer todas as 12 capitais que receberão o mundial. Brasília foi a sexta a realizar o debate, que ainda vai ocorrer em Cuiabá, Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O fórum é uma iniciativa das comissões de Turismo e Desporto da Câmara e de Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.

Da Reportagem
Edição – Maria Clarice Dias
Com informações da Agência Brasil

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