Reitores de Institutos Federais de Educação reclamam de falta de verbas
21/09/2017 - 12:52
Reitores da Rede Federal de Educação Profissional lotaram a reunião da Comissão de Educação que discutiu ontem as dificuldades orçamentárias das instituições. São 38 Institutos Federais de Educação espalhados pelo País, dois Centros Federais de Educação Tecnológica no Rio de Janeiro e em Minas Gerais e o Colégio Pedro II, no Rio.
Segundo o Conselho dos Institutos Federais de Educação (Conif), só 45% dos recursos para investimento programados para 2017 e 80% da verba de custeio foram liberados até agora.
O presidente do Conif, Roberto Brandão, listou as despesas que ficaram comprometidas com os cortes. "Vigilância, limpeza, material de consumo, terceirizados, motorista, combustível, material de fluidos de laboratório, material de expediente, enfim, a parte que faz a instituição andar ao longo do ano", lamentou.
A proposta orçamentária para 2018 não prevê recursos para investimentos e limita a verba de custeio ao mesmo valor que foi pago em 2017. Para os reitores, a situação vai ficar inviável, pois os institutos receberão novos alunos e abrirão novas unidades.
O deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) lamentou os cortes orçamentários. "Cada centavo colocado no instituto não é despesa, é investimento na formação e qualificação profissional da nossa juventude."
Mobilização
Os reitores se reuniram em Santarém, no Pará, no início de agosto e elaboraram uma carta na qual expõem à sociedade as dificuldades financeiras. Na próxima semana, eles devem se encontrar com o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é o relator setorial de Educação para o Orçamento 2018.
O presidente da Comissão de Educação, deputado Caio Narcio (PSDB-MG), elogiou a pressão dos reitores dos Institutos Federais de Educação por mais recursos. "Nós temos diversas prioridades, o cobertor é curto pra todo mundo, porém, nesse momento, quem sai na frente é quem se organiza e se mobiliza."
Durante a reunião, deputados e senadores elogiaram a capilaridade e a interiorização da rede, presente em todos os estados e com papel estratégico na formação de mão de obra técnica, na inovação tecnológica e na pesquisa.
Reportagem - Cláudio Ferreira
Edição – Natalia Doederlein