Deputados defendem IR progressivo para ajudar a custear ensino
22/08/2017 - 17:32
A cobrança de mensalidades em universidades públicas dividiu os deputados presentes à audiência pública da Comissão de Educação, nesta terça-feira(22).
“Cobrar uma mensalidade igual à do ensino médio é desconhecer a realidade dos pais dos alunos, por isso eu defendo taxar grandes fortunas e a progressividade do Imposto de Renda”, disse o deputado Flavinho (PSB-SP).
O imposto progressivo também foi defendido pelo deputado Pedro Uczai (PT-SC) no lugar de cobrar mensalidades dos alunos. Para ele, a cobrança não é garantia de aumento do financiamento das universidades públicas. “Se o rico pagar mensalidade, em pouco o tempo o governo vai deixar de colocar dinheiro público nas universidades públicas”, previu.
Uczai classificou como “demagogia” a proposta de instituir cobrança de mensalidade nas universidades como maneira de reforçar o orçamento do ensino básico. “É melhor e mais honesto dizer logo que é favorável à privatização das universidades”, disse.
O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) rebateu o argumento. “Querem desviar o debate para a privatização, mas precisamos fazer este debate. Todas as alternativas de arrecadação têm que ser avaliadas, seja através do pagamento de mensalidades, seja por meio de reforma tributária, mas para financiar o ensino básico”, disse.
O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) defendeu a gratuidade, e apontou um efeito colateral que a cobrança do ensino superior provoca em outros países, como Estados Unidos e Chile. “No Chile, 37% dos jovens estão endividados. E 50% das dívidas são com educação, o que só beneficia o sistema financeiro”, disse.
Reportagem – Antonio Vital
Edição – Sandra Crespo