Educação, cultura e esportes

Especialistas e entidades da sociedade civil vão colaborar com trabalho da subcomissão

28/06/2017 - 20:48  

Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
Subcomissão Permanente destinada a acompanhar a consolidação do texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Reformulação do Ensino Médio no País
Subcomissão da Comissão de Educação da Câmara reuniu especialistas para discutir a Base Nacional Comum Curricular e o ensino médio

O secretário de Educação do Distrito Federal e Coordenador do Grupo de Trabalho de Ensino Médio, no Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Júlio Gregório Filho, afirmou que uma das grandes dificuldades dos estados é a oferta compulsória de período integral.

"Isso vai naufragar. É difícil recrutar e manter alunos", disse. Ele acredita que a primeira meta do novo ensino médio deve ser a diminuição da evasão escolar. "Diminuir o abandono seria uma vitória espetacular", avaliou Gregório, durante reunião de subcomissão da Comissão de Educação da Câmara, nesta quarta-feira (28).

Ele também apontou o perigo de a Base Nacional Comum Curricular engessar o currículo de forma a obrigar o aluno a ficar na escola. "Não podemos oferecer a mesma quantidade de matérias no contraturno. O novo currículo tem que atender a diversidade de alunos. Um aluno com dificuldade em matemática, por exemplo, essa dificuldade massacra toda vida escolar dele e acaba expulsando ele da escola", afirmou.

Coordenadora de relações governamentais do movimento Todos pela Educação, Carolina Fernandes informou que a entidade já está fazendo o levantamento da demanda do que oferecer em termos de currículo, em quais lugares. "A logística de implantação do ensino médio diversificado depende das condições de cada estado", disse.

Uma só escola
Alexsandro Santos, representando o Instituto Unibanco, informou que a instituição verificou que 2960 municípios do País têm uma só escola de ensino médio e isso precisa ser levado em conta. "Não é possível uma saída só para todo Brasil ", defendeu.

O instituto prepara também um estudo sobre financiamento da educação sob a perspectiva da despesa e não da receita e sugere uma comparação do Brasil com outros países que também flexibilizaram ensino médio.

Metodologia
Antonio Neto, do Instituto Ayrton Senna, concorda. Para ele, o ensino médio deve atender a juventude, e a juventude não é uma só. "Precisamos discutir metodologia para o ensino médio e como integrar currículo para ser diversificado. Tornar mais claras as dez competências iniciais previstas na base do ensino fundamental.”

Segundo ele, é preciso “discutir qual o perfil de formação que se quer para o jovem ao final da educação básica? Que futuro se quer para o País? Onde se quer chegar? O Brasil está num abismo de incerteza e essa é uma janela de possibilidade. A base pode trazer diretrizes".

Plano de trabalho
As entidades que participaram da reunião desta quarta-feira vão sugerir um plano de trabalho para a subcomissão nos próximos dias.

Reportagem – Geórgia Moraes
Edição – Newton Araújo

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