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Debatedores defendem que currículo das escolas do campo atenda especificidade dos alunos

15/09/2016 - 12:20   •   Atualizado em 15/09/2016 - 12:49

Debatedores defenderam há pouco que as escolas do campo atendam as especificidades dos alunos e das famílias, em debate na Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

O representante da Rede CEFFAs (Centros Familiares de Formação por Alternância), Joel Duarte Benísio, foi um dos que fez a defesa. Ele salientou a “perspectiva revolucionária da pedagogia da alternância”. Trata-se de um processo de formação que articula períodos de vivência no meio escolar e no meio familiar, alternando a formação técnica na propriedade com a formação teórica geral na escola. A ideia é que haja, além das disciplinas básicas e obrigatórias, uma preparação para a vida associativa e comunitária.

O representante da Associação Mineira das Escolas Famílias Agrícolas (Amefa), Idalino Firmino dos Santos, ressaltou que o aluno do campo, em geral, tem que percorrer longos caminhos para chegar à escola e sair de madrugada. “Muitos saem às 3h da manhã”, disse. Segundo ele, esse aluno assiste às aulas com sono e com fome e encara currículo “que o desenraíza”, por não ter relação com sua realidade. “Temos que formar professor com a qualidade que aquele público requer”, destacou. Ainda conforme ele, as escolas que sobrevivem no campo têm situação de infraestrutura precária e não têm material adequado.

Segundo Idalino, hoje existem cerca de 400 escolas famílias agrícolas no Brasil - ou seja, escolas geridas por associações de família.

Projetos
A representante do Fórum Nacional de Educação do Campo, Clarice Campo, pediu engajamento dos trabalhadores na campanha “Educação é direito, não é mercadoria” e para lutar contra a aprovação da PEC do Teto de Gastos Públicos (PEC 241/16), contra o projeto de renegociação das dívidas dos estados (PLP) 257/16 e contra as reformas trabalhistas e previdenciária.

Além disso, ela pediu luta para manutenção de orçamento para o Programa de Bolsa Permanência – programa de concessão de auxílio financeiro a estudantes matriculados em instituições federais de ensino superior em situação de vulnerabilidade socioeconômica e para estudantes indígenas e quilombolas. E ainda para assegurar o financiamento dos programas de alternância nas universidades.

A audiência foi encerrada há pouco.

Reportagem - Lara Haje
Edição - Rachel Librelon

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