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Deputados questionam viabilidade das propostas de Mangabeira Unger

29/04/2015 - 13:39  

Durante a audiência da Comissão de Educação, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, foi questionado pelos deputados a respeito da necessidade de aumento de investimentos em educação num período de ajuste fiscal e sobre eventual oposição das categorias de servidores do setor a seus projetos, que incluem mudanças curriculares e nova divisão de recursos.

“O senhor vai sofrer muita oposição, até mesmo do governo, porque existe muito corporativismo e muito ‘peleguismo’ na educação”, disse o deputado Izalci (PSDB-DF). “A minha estratégia, na influência limitada que eu posso ter na condução do debate, é simples: acender as luzes e ampliar o debate. E aí os representantes dos interesses corporativistas terão que prestar contas ao País”, respondeu o ministro.

Em relação ao aumento de investimentos, Mangabeira disse que o mais importante é mudar o modelo. “Estamos vivendo um momento de constrangimento fiscal evidente. Defendo que o País aumente, no futuro, a proporção do PIB investido em educação, mas não adianta fazer isso sem definir antes um modelo. Isso seria jogar dinheiro fora”, respondeu.

“Estamos acostumados a resolver os problemas com dinheiro, mas nem tudo se revolve assim. Com muito dinheiro, mas sem ideias e inovações, não se consegue nada. Com pouco dinheiro, e com ideias e inovações, se consegue muito”, acrescentou o ministro.

O deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) também questionou a viabilidade das propostas dentro do contexto das dificuldades políticas que o governo vem enfrentando no Congresso. “Isso não é plano de governo, é projeto de Estado. E projeto de Estado só pode ser construído por um grande consenso, que supere as divisões entre governo e oposição”, disse o ministro.

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Daniella Cronemberger

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