Educação, cultura e esportes

Comissão aprova relatório final com mudanças no ensino médio

Texto prevê a universalização da educação em tempo integral em um prazo de dez anos, reorganiza o currículo por áreas (linguagens, matemática, ciências da natureza, humanas e formação profissional) e amplia para quatro anos a duração do ensino médio noturno.

26/11/2013 - 20:17   •   Atualizado em 27/11/2013 - 16:08

Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados
Reunião para discussão e votação do parecer do relator, dep. Wilson Filho (PMDB-PB). Deputados Reginaldo Lopes (PT-MG) e prof. Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO)
Reginaldo Lopes, ao lado de Dorinha Seabra Rezende: proposta trata aluno como protagonista da sua educação.

A comissão especial da Câmara dos Deputados que discute a reformulação do ensino médio aprovou o relatório final, do deputado Wilson Filho (PTB-PB), nesta terça-feira (26). Entre outros pontos, o texto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - 9.394/96) para propor a adoção da educação em tempo integral para 50% dos alunos cinco anos após a aprovação definitiva da matéria. Em dez anos, a totalidade das escolas deverá oferecer o ensino médio com sete horas diárias de atividades em sala da aula.

Outra mudança determina que a grade curricular seja dividida por áreas de conhecimento e não mais por disciplinas. No último ano do ensino médio, os estudantes poderão escolher um destes segmentos: linguagens; matemática; ciências da natureza; e humanas; ou, ainda, optar pela formação profissional. Além disso, o aluno, ao concluir o ensino médio, poderá cursar novamente o 3º ano, priorizando uma outra área do conhecimento.

Serão tratados como temas transversais: prevenção ao uso de drogas; educação ambiental; ensino para o trânsito; educação sexual; cultura da paz; empreendedorismo; noções básicas da Constituição Federal e do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90); ética na política; participação política; democracia e exercício da cidadania. Esses três últimos assuntos foram incluídos no relatório a pedido do deputado Professor Setimo (PMDB-MA).

Já a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) defendeu que a licenciatura também seja alterada para atender à nova demanda do ensino por áreas de conhecimento. A sugestão foi acatada pelo relator. As universidades terão um prazo de cinco anos para atualizar os currículos de formação de professores.

Aluno como protagonista
O presidente da comissão especial, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), ressaltou que, já no próximo ano, alguns estados vão ampliar para cinco horas o tempo de aula do ensino médio. Ele destacou que o principal ganho do texto aprovado hoje é tornar o aluno o protagonista da sua educação. "O jovem vai poder definir o seu projeto de vida. Ao mesmo tempo, a proposta propõe o ensino médio multidisciplinar, que permite o desenvolvimento de habilidades não cognitivas", disse.

O relatório estabelece ainda que o ensino médio noturno só poderá ser cursado por pessoas com mais de 18 anos e terá uma carga reduzida de quatro horas diárias, com duração de quatro anos.

Tramitação
O projeto de lei proposto por Wilson Filho terá de ser numerado, antes de começar a tramitar na Câmara. Segundo Reginaldo Lopes, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, se comprometeu a criar ainda neste ano uma comissão especial para analisar a proposta.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Marcelo Oliveira

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