Educação, cultura e esportes

Para Kroton, instituições privadas democratizam o ensino superior

10/10/2013 - 14:11  

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre a fusão entre as Empresas Kroton Educacional do Grupo Pitágoras, e Anhanguera Educacional, e seu impacto na qualidade do Ensino Brasileiro. Representante da Kroton Educacional, Rodrigo Capelato
Rodrigo Capelato, da Kroton Educacional: “É o número de alunos no ensino superior que tem que crescer".

O representante da Kroton Educacional, Rodrigo Capelato, afirmou que há hoje no Brasil estagnação nas matrículas no ensino superior privado, que abrange 70% do sistema. Ele destacou ainda que o perfil do aluno da Kroton é majoritariamente das classes C (29,8%), D (31,2%) e E (32,4%), sendo apenas 6,6% da classe A/B. “Quem está fazendo a inclusão educacional não é a universidade pública, mas as instituições privadas”, disse.

Segundo ele, o problema não é o fato de o grupo concentrar 1 milhão de estudantes, mas o baixo número de alunos matriculados no ensino superior. “É o número de alunos no ensino superior que tem que crescer, inclusive na educação a distância”, argumentou.

Capelato descartou a possibilidade de demissões após a fusão com o grupo Anhanguera, pois em apenas 4 das 80 cidades em que o grupo vai atuar há instituições das duas empresas. Juntas, as empresas empregam hoje mais de 20 milhões de trabalhadores.

Ele descartou ainda a possibilidade de interferência do capital no processo pedagógico, “porque o setor é regulado por legislação rígida e as instituições atuam sob as diretrizes do Ministério da Educação”.

Aumento de alunos
O advogado do Fórum das Entidades Representativas de Ensino Superior Particular, José Roberto Covac, também defendeu a ampliação da quantidade de alunos no ensino superior. Ele disse que o foco de programas como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Universidade para Todos (ProUni) é o aluno, e eles seriam os grandes prejudicados pela ausência dos programas. Além disso, afirmou que a responsabilidade educacional é da entidade mantida, e não da mantenedora.

Para o deputado Izalci (PSDB-DF), as instituições privadas têm promovido a democratização do ensino superior. Segundo ele, se 80% dos alunos na década de 1960 eram da universidade pública, o número de alunos com acesso à educação superior era muito reduzido, sendo a universidade acessível apenas à elite. Para ele, a qualidade da educação pode ser melhorada com o aumento do investimento proporcionado pelas empresas privadas.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Daniella Cronemberger

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.