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Votação de MP sobre recursos do petróleo dependerá de decisão do STF

Adiamento foi acordado pelos líderes partidários com o objetivo de evitar insegurança jurídica. Deputados lamentaram a decisão.

23/04/2013 - 17:27  

Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados
Reunião para discussão do relatório sobre a MP 592/12, que determina as novas regras de distribuição entre os entes da Federação dos royalties e da participação especial decorrentes da exploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de concessão, e para disciplinar a destinação dos recursos do Fundo Social. (E/D) Presidente da comissão, sen. Vital do Rêgo (PMDB-PB) e relator da Comissão, dep. Carlos Zarattini (PT-SP)
Zarattini: aguardar a decisão do STF é "jogar a bola para outro time". 

A comissão mista que analisa a medida provisória que destina recursos do petróleo à educação (MP 592/12) não vai votar a proposta até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronuncie sobre a constitucionalidade da lei que redistribui esses recursos de forma mais equânime entre todos os estados e municípios.

A sugestão, dada pelo senador José Pimentel (PT-CE), foi aceita pela maioria dos parlamentares do colegiado. O adiamento da votação já tinha sido acordado pelos líderes partidários, segundo o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). O objetivo, de acordo com ele, é evitar insegurança jurídica sobre a questão.

“Como foi um fato inusitado nessa comissão, nós vamos esperar caducar, passar o prazo do 12 de maio, para que a presidente da República reedite uma nova medida provisória e esperamos que o Supremo Tribunal Federal possa se posicionar rapidamente”, afirmou o presidente

Oportunidade
O relator da proposta, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), afirmou que foram tomadas todas as precauções para que a medida provisória não fosse afetada por uma decisão do Supremo. Em seu parecer, ele tratou só da destinação dos recursos para a educação e não mexeu na divisão das riquezas. Zarattini lamentou a decisão de não votar a matéria.

"Nós tínhamos a oportunidade de destinar um grande volume de recursos para a educação. Nós estávamos falando, neste ano, de R$ 13 bilhões a mais para a educação, distribuídos entre estados, municípios e a União; sem falar da garantia de recursos para ciência e tecnologia, que é fundamental para o desenvolvimento do País”, afirmou. Para ele, aguardar uma decisão do STF “é jogar a bola para o outro time”, quando o Congresso tem “todas as condições de decidir".

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) também lamentou a decisão. “Cada dia, esse Congresso está se apequenando e a causa de tudo isso, nós temos que reconhecer, é dos parlamentares que cada vez mais defendem a tese de diminuir nosso poder e nossa capacidade de deliberar sobre matérias que são nossas, transferindo para outros poderes a solução do fato”, disse. Ele afirmou ainda que, em 18 anos de Casa, nunca presenciou “uma situação tão triste e deprimente quanto essa”.

A medida provisória que destina recursos do petróleo à educação perde a validade no dia 12 de maio. De acordo com o senador José Pimentel, mesmo que a proposta perca a validade, como ela é de 2012, nada impede que a presidente Dilma Rousseff edite outra MP sobre o mesmo tema.

Reportagem - Geórgia Moraes
Edição - Rachel Librelon

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