Economia

Ministro do Planejamento diz que só a reforma da Previdência dará folga aos gastos públicos

Em debate na Comissão Mista de Orçamento, Dyogo Oliveira afirma que em 2018 as despesas previdenciárias somarão quase 60% das despesas da União. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), deve haver uma pequena queda no deficit previdenciário no próximo ano, para 2,7%

01/11/2017 - 18:27   •   Atualizado em 03/11/2017 - 10:49

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Audiência pública para prestação de esclarecimentos sobre o Projeto de Lei Orçamentária para 2018. Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP), Dyogo Henrique de Oliveir
Dyogo Oliveira e o secretário de Orçamento Federal, George Soares (E)

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse nesta quarta-feira (1º) aos parlamentares da Comissão Mista de Orçamento (CMO) que uma folga maior para a realização de despesas só será alcançada com a reforma da Previdência (PEC 287/16). O texto está pronto para análise do Plenário da Câmara.

Oliveira disse que, em 2018, as despesas previdenciárias somarão quase 60% do Orçamento da União. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), porém, deve haver uma queda no deficit previdenciário, de 2,8% para 2,7%.

O ministro aproveitou o debate na CMO para defender a necessidade da reforma da Previdência. “Sinceramente, se eu estivesse aposentado estaria fazendo manifestações a favor da reforma, porque essa é a garantia de receber o benefício. Quem está contra a reforma da Previdência está contra o aposentado, está contra o trabalhador”, disse.

Receitas
Durante a audiência pública, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que é relator de receitas da proposta de lei orçamentária para 2018, sinalizou para um possível aumento da arrecadação, em seu relatório, diante dos números que apontam um crescimento maior da economia.

Dyogo Oliveira lembrou que, por causa do teto de gastos, o total de despesas de 2018 não pode ser elevado além dos 3% de variação da inflação no período de 12 meses encerrado em junho último. Se houver uma arrecadação maior, ela será destinada ao pagamento da dívida pública.

O ministro disse que as despesas que podem ser remanejadas porque não são obrigatórias representavam 12% do Orçamento em 2010. Hoje, este espaço é de apenas 4%. Com medidas de ajuste fiscal já anunciadas (as MPs 805/17 e 806/17 e o PL 8.456/17), o governo espera conter o crescimento da dívida pública em torno de 80% do PIB a partir de 2020.

Despesas
Em relação ao Orçamento de 2017, Dyogo Oliveira disse que a ideia é anunciar em breve um descontingenciamento das despesas. Ele classificou o corte atual de R$ 33 bilhões como “muito forte” para alguns ministérios. A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) lamentou a queda nos gastos com a educação.

“As despesas discricionárias da educação caíram, na proposta apresentada pelo governo, de R$ 27,9 bilhões para R$ 23,6 bilhões. A preocupação é com as obras que estão paralisadas”, disse a deputada. “O governo vinha investindo muito mais do que o mínimo constitucional de 18% [do total de impostos], por vários anos chegou a 22%, 23%. Mas o ajuste para chegar ao mínimo de 18% não pode ser de maneira tão abrupta”, criticou.

Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição - Ralph Machado

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