Economia

Deputados apontam possíveis investimentos de risco feitos pelo Funcef

27/08/2015 - 12:18  

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O relator da CPI dos Fundos de Pensão, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), e os subrelatores Marcus Pestana (PSDB-MG) e Fernando Francischini (SD-PR) identificaram vários casos de possíveis investimentos de risco feitos pelo Funcef, o fundo de pensão dos servidores da Caixa Econômica Federal.

Os deputados contestaram parte dos argumentos apresentados há pouco pelo presidente do Funcef, Carlos Alberto Caser, para quem o deficit de R$ 5,5 bilhões acumulado pelo fundo tem origem principalmente em problemas de mercado, como a desvalorização de ativos da Vale (um dos principais alvos de investimentos dos fundos de pensão) e as quedas sucessivas na Bolsa de Valores de São Paulo.

Entre os investimentos de risco identificados pelos parlamentares, alguns foram investigados na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Eles citaram o aporte de R$ 350 milhões do Funcef na Sete Brasil, empresa de investimentos criada pela Petrobras para explorar negócios do pré-sal; e investimentos do Funcef no fundo da cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo (Bancoop), que já foi presidida pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso na Lava Jato. Os parlamentares também criticaram investimentos na hidrelétrica Belo Monte, no Shopping Bouganville de Goiânia e em imóveis de Santa Catarina.

“Há motivos estruturais, sim, para os deficits do Funcef, mas parte do prejuízo vem de problemas de gestão”, afirmou Marcus Pestana, subrelator de investimentos de renda fixa da CPI. “Acho que não é só incompetência gerencial. Tem que se rever a política de investimento do Funcef, se não o patrimônio do fundo, que é dinheiro dos servidores, será destruído”, acrescentou Fernando Francischini, subrelator de investimento de renda variável.

O presidente do Funcef afirmou que muitos dos investimentos, como Belo Monte, já deram ou darão retorno positivo para o fundo. Quanto à Sete Brasil, Carlos Alberto Caser frisou que, para a devida análise do investimento, tem que se considerar o contexto de 2010, quando o aporte de recursos foi feito com base nas boas perspectivas em torno da exploração do petróleo da camada pré-sal.

A audiência pública ocorre no plenário 2.

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Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição - Daniella Cronemberger

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