Economia

Gerente diz que Petrobras vai anunciar regras de transparência para contratos

No próximo dia 14, representantes do Fórum Permanente devem visitar um estaleiro em Angra dos Reis.

27/08/2015 - 00:24  

O gerente-geral de Assuntos Técnicos da Petrobras, Paulo Cavalcanti, disse nesta quarta-feira (26) na Câmara dos Deputados, que a estatal definiu novas regras de governança para retomar contratos com as 32 empresas arroladas no processo investigativo.

Durante reunião do Fórum Permanente de Debates sobre alternativas aos impactos negativos da Operação Lava Jato, que reúne trabalhadores, empresários, governo e parlamentares, o gerente anunciou que as novas regras, que devem ser adotadas em dez dias, estabelecem medidas a serem adotadas para evitar casos de corrupção.

Entre as medidas, segundo o gerente, estão auditorias internas e externas. “O momento é difícil, mas queremos ter a segurança de poder voltar a caminhar sempre e com transparência”, disse Cavalcanti.

Indústria naval e petroleira
Na reunião promovida pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, muitos representantes sindicais de trabalhadores da área petroleira e da indústria naval do Rio de Janeiro alertaram para o desemprego generalizado nos dois setores com repercussão em toda a cadeia econômica do estado, fruto da paralisação das empresas envolvidas no escândalo do Petrolão.

O coordenador dos debates, deputado Valtenir Pereira (Pros-MT), observou que o fórum defende a continuidade da operação Lava Jato e a punição dos culpados, “procura saídas para evitar a bancarrota das maiores empresas de engenharia do País e a antes promissora indústria naval, ancorada basicamente em contratos com a Petrobras.”

O relator da CPI da Petrobrás, deputado Luiz Sérgio (PT RJ), depois de dizer que é “profundamente lamentável” que diretores da estatal e destas empresas tenham participado do escândalo, comentou: “a corda está estourando do lado mais fraco, são os trabalhadores que perdem seus empregos”. E completou: “Se o gerente do posto de gasolina é corrupto, puna-se e demita-se o gerente, mas não precisa fechar o posto”.

Empresa Sete Brasil
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Marcos Capute, afirmou que a retomada do setor depende de vontade política. Ele disse estranhar a situação da Sete Brasil, empresa criada para dar apoio à exploração do Pré Sal. “Estou cada vez mais preocupado com o tempo. Tem gente desempregada, que vai perder o emprego e a Sete não paga os fornecedores porque não tem dinheiro. Como pode ser? Foi criada em uma reunião de bancos, de empresas do setor financeiro, como pode não ter dinheiro?”

Uma das dívidas da Sete é com o Estaleiro Brasfels. Segundo o representante da CUT no Rio de Janeiro, Jadir de Araujo, ela ameaça demitir 3 mil dos seus 8 mil trabalhadores se não receber até outubro 600 milhões de dólares devidos pela Sete.

O chefe de gabinete da Presidência da Petrobras, Armando Toledo, comentou que o caso da Sete, da qual a Petrobras tem 10% de participação, está sendo analisado com cuidado e terá breve solução.

No próximo dia 14, representantes do Fórum Permanente devem visitar um estaleiro em Angra dos Reis (RJ).

Reportagem - Roberto Stefanelli
Edição - Regina Céli Assumpção

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.