Direitos Humanos

Lançado na Câmara livro que fala sobre perseguições do governo do Irã à comunidade Bahá’i

26/06/2018 - 19:54  

As perseguições do governo iraniano aos seguidores da Fé Bahá’i foram tema de discussão de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias de Câmara nesta terça-feira (26).

Cleia Viana/Câmara dos deputados
Audiência Pública e Reunião Ordinária
Presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Luiz Couto, quer tornar o problema mais visível

Na audiência, foi lançado o livro "Rota para a Liberdade", escrito pelo iraniano Mehran Ramezanali. O livro conta a história vivida por ele mesmo, há três décadas, quando teve que deixar seu país para poder estudar por pertencer à comunidade Bahá’i.

A fé Bahá’i não é reconhecida pelo governo iraniano e tem sofrido perseguições desde a revolução islâmica ocorrida em 1979.

A assessora da comunidade Bahá'i no Brasil, Isadora Soares, destacou que o Irã é signatário da Declaração Universal do Direitos do Homem e que em sua constituição existe a previsão legal de liberdade de expressão, mas mesmo assim os bahá’is são perseguidos pelo governo.

"Os bahá’is têm sido submetidos a severas perseguições pelo governo iraniano, como fechamento de comércios; invasão de casas para confisco de bens, documentos e livros bahá’is; prisões arbitrárias que ocorrem diariamente; a negação do acesso à educação; e mais tristemente ainda: mais de 200 bahá’is foram executados ou assassinados pelo regime iraniano."

O representante do Ministério de Relações Exteriores, Fernando Sena, destacou que na última reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil recomendou que o Irã respeite a comunidade bahá’i e as outras minorias religiosas no país.

Mas o deputado Luiz Couto (PT-PB) lembrou que um país não tem o poder de intervir na soberania de outro, mas acha importante tornar visível o problema para um número cada vez maior de pessoas, por isso a importância do livro escrito por Mehran.

Ouça esta matéria na Rádio Câmara

"O Brasil fez uma recomendação, mas a recomendação não é uma imposição. E é claro cabe ao país acatar ou não."

Maria Laura Canineu, diretora para o Brasil da Human Rights Watch, organização internacional sem fins lucrativos que acompanha casos de violação dos direitos humanos, explicou que situação no Irã é monitorada via aplicativos ou internet, uma vez que é um país fechado.

Para ela, a ação do governo iraniano de não permitir o acesso ao ensino superior para a comunidade bahá’i e para as mulheres é uma afronta aos direitos humanos que deve ser combatida por todos os países, inclusive o Brasil.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Ana Chalub

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.