Direitos Humanos

Debatedores reclamam do grande número de assassinatos de transexuais

17/08/2016 - 15:05  

O vice-presidente da Articulação Brasileira de Gays (Artgay), Leo Mendes, chamou a atenção, nesta quarta-feira (17), para o alto número de assassinatos de pessoas LGBT, especialmente de travestis e transexuais. “Oitenta e nove travestis e transexuais foram assassinados só neste ano”, afirmou Mendes, durante o 13º Seminário LGBT do Congresso Nacional, promovido pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias; de Legislação Participativa; de Educação; e de Cultura.

Entre outros pontos, o palestrante defendeu a aprovação do Projeto de Lei 5002/13, de autoria dos deputados Jean Wyllys (Psol-RJ) e Erika Kokay (PT-DF), que garante direito à identidade de gênero no Brasil.

“Nossa população que está sendo assassinada todo dia e ninguém faz nada”, criticou a presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Keila Simpson. Ela defendeu a legalização da profissão de prostituta. “No Brasil, não é dada segurança para as pessoas que querem exercer a profissão”, disse. “Mas o Estado deve cumprir o seu papel para que as pessoas que não se sentem bem neste papel possam optar por sair dele”, completou.

Representante da Rede Nacional de Pessoas Trans, Sayonara Nogueira defendeu políticas de geração de renda e de mercado de trabalho para os transexuais.

Confusão
Durante o evento, uma pessoa começou a gritar mostrando um cartaz defendendo “o direito de homossexuais ego-distônicos [confusos sobre si mesmos] se tratarem com a ajuda de psicólogos”. A manifestação pela “cura gay” causou protestos e confusão, o cartaz foi rasgado e, a pedido da organização do evento, o manifestante foi levado pelo Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara, sob o argumento de que estava interrompendo a condução normal dos trabalhos.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Natalia Doederlein

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