Direitos Humanos

Governo não quer resolver situação de famílias expulsas por milícias, critica advogado

11/11/2015 - 17:20  

O advogado Paulo Fernando Melo da Costa afirmou que a situação das famílias expulsas pelas milícias no Rio de Janeiro é crítica e que o governo federal não tem interesse em resolver o problema. “Já que o governo não resolve, que as nações amigas ajudem essas famílias”, criticou.

Costa participou de audiência pública, encerrada há pouco na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, sobre denúncias de ameaças, invasões e expulsão de moradores beneficiados pelo programa Minha Casa Minha Vida por milicianos.

O advogado deu o exemplo de um cliente dele que precisa, mas não faz parte do programa de proteção de testemunha. “Ele perdeu tudo por causa de chuva e foi extorquido pelas milícias. Hoje é morador de rua e carrega consigo as chaves de sua casa. A cabeça desse meu cliente vale R$ 100 mil. O que ele fez foi fugir da milícia no Brasil inteiro”, relatou.

Segundo Costa, o Ministério da Justiça não incluiu seu cliente no programa federal de proteção porque o estado do Rio de Janeiro tem um projeto próprio. “Mas cadê o compromisso do ministro José Eduardo Cardozo com a Justiça?”, indagou.

O coordenador da Pastoral da Criança da Diocese de Luziânia, Pedro Stepien, também relatou casos de famílias que são perseguidas e passam a morar nas ruas “Essa situação é revoltante. Represento 1690 famílias que foram expulsas de condomínios do Minha Casa Minha Vida no Rio e em outros 16 estados”, denunciou o padre.

Ação conjunta
O atual chefe da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) do Rio de Janeiro, Alexandre Herdy, defendeu uma atuação conjunta entre policiais e forças federais no combate ao contrabando de armas adquiridas pelas milícias e na repressão a essas organizações criminosas.

O deputado Luiz Couto (PT-PB) informou que a Comissão de Direitos Humanos vai produzir um documento com as sugestões feitas pelos palestrantes de hoje. “A gente sabe que o Minha Casa Minha vida é muito importante, mas temos de enfrentar o crime organizado”, declarou.

Reportagem - Luiz Gustavo Xavier
Edição - Marcelo Oliveira

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